Segundo o Governo regional separatista, a paragem de trabalho, que não contou com o apoio das grandes centrais sindicais espanholas – Comissões Obreras e União Geral dos Trabalhadores (UGT)-, teve taxas de participação elevadas no setor do comércio (entre 60% e 80%), educação pública (42,5%) e universidades (90%) e menor na função pública (35%) e na saúde (20%).
A greve, convocada pelos sindicatos independentistas e minoritários Intersindical CSC e IAC, causou o cancelamento de 55 voos no aeroporto internacional de Barcelona-El Prat.
O consumo de eletricidade na Catalunha teve uma diminuição de 5,4%, em média, até ao fim da tarde de hoje, em comparação com o que estava programado, de acordo com a empresa gestora do sistema elétrico, Red Eléctrica de Espanha (REE).
As organizações patronais sublinharam que os problemas colocados pela falta de mobilidade foram importantes e afetaram de forma significativa a atividade económica, apesar de considerarem que a taxa de participação na greve foi entre “baixa a moderada”.
A rede de transportes rodoviários e ferroviários da Catalunha tiveram cortes provocados por ações de independentistas desde as primeiras horas da manhã, uma situação que piorou a partir do meio-dia com a chegada ao centro de Barcelona de milhares de pessoas que participavam nas "Marchas pela liberdade".
As organizações patronais, que classificaram a greve de "ilegal" por responder a "motivações políticas", asseguraram que ela quase "não tinha sido notada" na maioria dos setores comerciais da Catalunha, como nas grandes lojas, transportes, hotelaria e restauração.
No setor industrial, os patrões consideraram que a participação na greve foi "mínima", tendo muitas empresas optado por fechar as portas para recuperar a produção noutros dias, com medo de que os trabalhadores ou mercadorias não chegassem aos centros de produção.
O caso mais paradigmático foi o da fábrica de automóveis da Seat em Martorell (Barcelona), que interrompeu sua produção hoje, como já o tinha feito no dia anterior, devido aos protestos independentistas, enquanto a Nissan esteve aberta como normalmente a sua fábrica na chamada Zona Franca da capital catalã.
Para conciliar o direito de participar nas mobilizações de cidadãos e ultrapassar os problemas de mobilidade, muitas empresas chegaram a acordos com seus funcionários para aplicar fórmulas de flexibilidade e de trabalho remoto.
Os responsáveis pelos sindicatos independentistas que convocaram a greve mostraram-se satisfeitos com a sua natureza "descentralizada", que, segundo eles, não se limitou à capital catalã e teve 80% de taxa de participação em muitas das capitais de província da Catalunha.
Segundo a Guarda Urbana, cerca de 525.000 pessoas vindas de toda a Catalunha participaram numa grande manifestação hoje a partir das 13:00 (menos uma em Lisboa), convocada pelos sindicatos independentistas, contra a condenação dos políticos envolvidos na tentativa separatista de 2017.
Esta concentração teve lugar no Passeio de Grácia, no centro de Barcelona, num dia de “greve geral” na Catalunha convocada por esses sindicatos, tendo contado com milhares de pessoas vindas a pé em seis “Marchas pela Liberdade”, cinco delas saídas na terça-feira de diferentes cidades da comunidade autónoma.
(Por: Fernando Paula brito enviado da agência Lusa)
(Notícia corrigida às 16:24 de 19/10/2019)
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