À saída, o ex-presidente da Generalitat pediu a libertação de todos os companheiros políticos e disse: "é uma vergonha para a Europa ter presos políticos".
O ex-presidente da Generalitat agradeceu hoje todas as demonstrações de "apoio" e "solidariedade" recebidas enquanto esteve na prisão de Neumünster (norte da Alemanha) e apelou de novo ao diálogo de Madrid com a Catalunha.
O líder independentista catalão saiu da prisão pouco antes das 14:00 (13:00 em Lisboa), depois de mais de dez dias confinado na sequência de uma detenção pela polícia alemã em cumprimento de uma ordem europeia de detenção emitida pela justiça espanhola.
Madrid pede a sua extradição para Espanha pelos crimes de rebelião e peculato (uso fraudulento de dinheiros públicos), mas a Audiência territorial do estado federal alemão em que Puigdemont se encontra decidiu descartar do pedido o crime de “rebelião”.
A justiça alemã ainda terá de tomar uma decisão sobre se extradita ou não Puigdemont, se bem que apenas pelo crime de peculato.
Os procuradores de Schleswig anunciaram hoje que Puigdemont forneceu às autoridades um endereço na Alemanha onde ficará a residir enquanto se aguarda uma decisão da justiça alemã sobre o processo da sua extradição.
O antigo governante catalão foi detido a 25 de março após ter entrado, de carro, na Alemanha, quando regressava da Dinamarca, no âmbito de um mandado de captura europeu emitido por Espanha, que o acusa de rebelião e mau uso de verbas públicas por organizar um referendo, declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional, sobre a independência da Catalunha.
Segundo fontes do partido Junts per Catalunya (JxCat), Puigdemont deverá realizar uma conferência de imprensa hoje às 18:00 (hora local, menos uma hora em Lisboa) em Neumünster.
O tribunal de Schleswig decidiu esta quinta-feira que o ex-presidente da Generalitat não pode ser extraditado pelo crime de rebelião, porque a lei equivalente na Alemanha pressupõe o uso ou ameaça de força suficiente para contrariar a vontade das autoridades, mas ele ainda pode ser extraditado pela acusação de mau uso de fundos.
A Assembleia Nacional Catalã (ANC) anunciou na noite passada que já tinha feito a transferência para pagar a fiança para a libertação de Puigdemont.
As forças soberanistas enviaram esta manhã para a Alemanha diferentes delegações para apoiar Puigdemont na sua saída da prisão de Neumünster.
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