“Não temos registo de qualquer português afetado. Até ao fim do dia de ontem [segunda-feira] não tínhamos registo de feridos. No entanto, quero sublinhar que o nosso serviço só faz o registo [de feridos] se os cidadãos solicitarem proteção ou apoio”, disse hoje à agência Lusa José Luís Carneiro.

Contudo, o secretário de Estado garante que até ao momento não há nenhuma solicitação de apoio que tivesse sido reportada ao sérvio consular.

No domingo, a justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado pelo governo regional catalão e deu ordem para que os Mossos d’Esquadra, a polícia regional, selassem os locais onde se previa a instalação de assembleias de voto.

Perante a inação da polícia catalã em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola, polícias de âmbito nacional que protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo, realizando cargas policiais sobre os eleitores e forçando a entrada em várias assembleias de voto ocupadas de véspera por pais, alunos e residentes, para garantir que os locais permaneceriam abertos.

A violência policial fez 893 feridos, mas apesar da repressão, 42% dos 5,3 milhões de eleitores conseguiram votar, e 90% deles votaram a favor da independência, segundo o governo regional da Catalunha (Generalitat).

A consulta popular foi agendada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.

Manifestações cortam estradas. Filas superiores a 10 quilómetros em dia de greve geral na Catalunha
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A região da Catalunha cumpre hoje uma greve geral em protesto contra a interferência do Estado espanhol no referendo de domingo sobre a independência, com "violência policial desproporcionada".

A paralisação é uma reação da região à repressão policial usada por Madrid para impedir os catalães de irem às urnas a 01 de outubro, que teve como resultado mais de 800 feridos.

A greve geral convocada por cerca de 40 organizações sindicais, políticas e sociais está a ter uma “adesão muito elevada” em setores como os transportes, o comércio ou a agricultura.