“Infelizmente o Governo central não quis dialogar. Com presos políticos, exilados e a repressão, nós pedimos uma negociação séria em que o Governo [autónomo] da Catalunha possa apresentar a sua proposta e a Espanha também. Mas, para isso é preciso que Espanha reconheça a Catalunha como um ‘sujeito político’”, disse à Lusa Joaquim Torra, culpando os socialistas pela falta de contactos.

“O PSOE deixou para trás o socialismo integrador e plural da ‘nação das nações’. Na moção de censura a Mariano Rajoy [antigo presidente do Governo central, do Partido Popular] demos apoio aos socialistas. Votámos com Sánchez e abrimos uma via de diálogo”, frisou Torra, lamentando depois que os socialistas tenham preferido fechar "uma janela" de diálogo.

O presidente da Generalitat comentou que persistem “tiques franquistas” na sociedade espanhola, que, disse, não soube gerir as questões da ditadura.

“Portugal é um exemplo porque rompeu com o passado fascista. Não foi uma transição, foi uma rutura, mas vemos que em Espanha a transição não foi completa para a democracia. Há restos franquistas no que se chama ‘Estado Profundo’, no poder judicial e na polícia. O mesmo rei não deixa de ser rei [Felipe VI] porque Franco quis que o seu pai [Juan Carlos] fosse rei e sobre isso não pudemos votar”, afirmou, salientou que é preciso romper com o passado.

“Não basta retirar Franco do Vale dos Caídos, é preciso retirar o franquismo das estruturas do Estado”, disse Torra.

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