No primeiro jantar-comício da campanha oficial para as eleições europeias de 09 de junho, Catarina Martins dedicou uma boa parte do seu discurso aos direitos das mulheres, considerando que este é “o grande debate” deste sufrágio.
“Quando Sebastião Bugalho diz que se levantará para defender os direitos das mulheres, nós sabemos que este é o cinismo de quem se está a querer sentar ao lado da extrema-direita, com quem a sua candidata a presidente da Comissão Europeia [Úrsula Von der Leyen] já está a negociar a comissão e os cargos oficiais. Quem se senta na direita ao lado da extrema-direita não se levanta pelos direitos das mulheres”, acusou.
Catarina Martins exigiu “absoluta clareza” aos candidatos nestas eleições europeias sobre o que vai dizer quando estiverem em causa os direitos das mulheres na União Europeia (UE).
“E quem se engasga, quem evita questões, quem se atrapalha com a questão, quem faz confusão, não merece a nossa confiança. Aqui estamos para dizer a Sebastião Bugalho que o direito à Interrupção Voluntária da Gravidez não é uma questão difícil, é uma questão fácil: ou as mulheres são respeitadas, ou não são respeitadas. Sebastião, é só confusão”, acusou.
A candidata às europeias e antiga coordenadora bloquista criticou ainda PSD e CDS-PP por terem considerado que “aborto não devia estar na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia”.
“Quando alguém nos diz que se levantará para evitar qualquer recuo nos dizemos não, nós estamos aqui para nos levantarmos para avanços. Porque está tudo por fazer, levantamo-nos pelos avanços”, apelou.
Catarina Martins deixou também críticas à cabeça de lista do PS, Marta Temido, referindo que “foram aprovadas novas regras para a governação económica que retiram aos estados-membros [da União Europeia] mais capacidade para investir onde é preciso como os serviços públicos”.
“Marta Temido do PS diz que estamos equivocados que as regras de governação económica até estão boas porque dão flexibilidade. Esqueceu-se o PS de explicar que no pacote de governação económica que negociou na UE com a direita, a única flexibilidade é da Comissão Europeia que terá flexibilidade como nunca para impor regras aos países sobre como e quando gastam o seu dinheiro”, defendeu.
O mesmo argumento foi defendido por Sebastião Bugalho, afirmou, aproveitando para deixar um novo recado ao candidato da AD: Diz Bugalho que as regras a Portugal não se aplicam desde que Portugal cumpra as metas do défice. Que confusão, Sebastião. Enquanto a dívida pública portuguesa estiver acima dos 60% do Produto Interno Bruto (PIB) a Comissão Europeia vai dizer e sim como é que Portugal gasta e onde gasta”.
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