“Lula deve ser libertado. Nunca devia ter sido preso. Precisa, sim, de justiça”, diz Catarina Martins, no vídeo em que é vista a assinar a petição de apoio ao ex-Presidente brasileiro, acrescentando que “todo o Brasil precisa de justiça e de democracia”.

Segundo o texto do abaixo-assinado, dirigido ao Supremo Tribunal Federal do Brasil e que conta já com mais de cem mil signatários, é pedida “a anulação dos julgamentos das ações penais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, com base “nas novas provas apresentadas” pelo portal The Intercept Brasil, nomeadamente “diálogos entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa [grupo de trabalho] da chamada operação Lava Jato”.

Lançada em 2014, a Lava Jato, maior operação contra a corrupção no Brasil, trouxe a público um esquema de grandes dimensões de corrupção de empresas públicas, implicando dezenas de altos responsáveis políticos e económicos, e levou à prisão de muitos deles.

Considerando que são “irrefutáveis” as suspeitas de “imparcialidade e impessoalidade” por parte do ex-juiz, é pedida a “nulidade absoluta do processo”.

O vídeo onde a líder do BE expressa o seu apoio ao político brasileiro foi também divulgado no site do PT em Portugal esta terça-feira.

Segundo o site, Francisco Louçã, antigo coordenador do BE, e a deputada Joana Mortágua também assinaram a petição, "que circula entre os parlamentares do partido.

O ex-Presidente brasileiro foi preso em abril do ano passado após ter sido condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), num processo sobre a posse de um apartamento de luxo na cidade do Guarujá, no litoral do estado brasileiro de São Paulo, que os procuradores alegam ter sido dado a Lula da Silva como suborno em troca de vantagens em contratos com a estatal petrolífera Petrobras pela construtora OAS.

Lula da Silva, por sua vez, diz que não é proprietário do imóvel, e que foi condenado porque é vítima de uma perseguição judicial de membros do sistema judiciário brasileiro com fins políticos.