No discurso, já perto da meia-noite, no quartel-general que o partido montou para a noite eleitoral no Palácio das Galveias, Catarina Martins começou por explicar que o partido aguarda ainda muitos resultados finais, mas realçou que "o BE cresceu nestas eleições em números de votos e em eleitos", tendo mais mandatos em assembleias de freguesia, em assembleias municipais e vereadores em câmaras onde nunca tinham conseguido.

"Sendo um resultado modesto, mostra o caminho que o Bloco está a fazer para a implementação em todo o país", destacou, sublinhando a eleição que "tudo indica" o BE conseguirá para a Câmara de Lisboa, com Ricardo Robles.

A líder bloquista assumiu que dois dos objetivos que tinham sido estabelecidos para estas eleições autárquicas não foram atingidos: a conquista das câmaras de Salvaterra de Magos e de Torres Novas e parar as maiorias absolutas pelo país.

"Para o Bloco de Esquerda, era importante que a direita tivesse um resultado pior nas autárquicas e esse objetivo foi atingido", enfatizou, quando questionada sobre a votação do PSD.

Catarina Martins destacou o "grande trabalho" de Ricardo Robles, considerando que a sua eleição "é a prova de que o Bloco de Esquerda pode eleger quem trabalha todos os dias" em nome da cidade, garantindo assim um "vereador de esquerda, a tempo inteiro, na Câmara de Lisboa".

Partiu da própria coordenadora do BE falar "do que não correu bem", explanando os dois objetivos que o partido não atingiu, como não vencer Salvaterra de Magos e Torres Novas, onde mantém a representação na vereação que tinha em ambas as autarquias (dois mandatos em Salvaterra de Magos e um em Torres Novas).

No entanto, com "mais eleitos e mais eleitas em todo o país", Catarina Martins avisou que "o BE tem acrescidas responsabilidades nestas eleições autárquicas", destacando a vitória numa freguesia do concelho de Braga, o facto de o partido ter pela primeira vez eleitos também em territórios do interior do país ou a conquista de um vereador na Câmara de Abrantes.

"Sendo um resultado modesto, mostra o caminho que o BE está a fazer para a implementação em todo o país. O Bloco continuará com o mesmo empenho a trabalhar todos os dias para que o acordo feito em 2015 seja cumprido", respondeu aos jornalistas.

Catarina Martins garantiu que o partido está determinado, "desde já, nas negociações do Orçamento do Estado para 2018".

"Queria começar por cumprimentar as centenas de ativistas do Bloco de Esquerda que estiverem envolvidos nestas eleições autárquicas. Queria cumprimentar muito especialmente aqueles e aquelas que pela primeira vez se envolveram", começou por dizer.

Em 2013, o BE elegeu apenas oito vereadores, tendo-se ficado pelos 2,42% dos votos e perdido a Câmara de Salvaterra Magos, falhando a eleição em Lisboa e no Porto.

Os concelhos onde o BE elegeu em 2013 foram: Torres Novas, Portimão, Salvaterra de Magos, Entroncamento, Seixal, Moita e Olhão.