"Está a ser debatida na Assembleia da República uma lei que é essencial para as condições de vida no interior do país, que é a lei de bases da saúde", disse a líder do Bloco, que falava aos jornalistas, em Estremoz, durante uma visita ao mercado da cidade.
Catarina Martins referiu que "esta oportunidade de alterar a lei de bases da saúde não pode ser desperdiçada" e lembrou que "alterar a lei de bases da saúde para proteger o SNS da sangria dos recursos para os hospitais privados é defender o funcionamento do SNS em todo o país e é acabar com a sangria de recursos humanos de que o país precisa no SNS".
"O interior tem sido particularmente prejudicado pela forma como tantas vezes profissionais e recursos vão para o setor privado em vez de estarem no SNS, e depois, o setor privado não quer fazer o serviço público no interior, porque no interior não faz lucro", adiantou a líder bloquista.
Para a coordenadora do BE, "se a concorrência com o setor privado e o crescimento do setor privado da saúde à conta do orçamento público tem criado problemas em todo o país, as populações do interior são as primeiras a sofrer com esses problemas, porque veem desde logo a incapacidade do SNS de atrair profissionais para as zonas do interior".
"Ouvi o senhor primeiro-ministro dizer em entrevista que está muito interessado em fazer uma lei de bases da saúde negociada à esquerda. Ainda bem que assim é", adiantou a líder bloquista, lembrando que foi "o Bloco de Esquerda o primeiro partido a apresentar uma proposta de lei de bases da saúde, que foi feita por João Semedo e por António Arnaut".
Catarina Martins referiu que "é necessário para que este trabalho comum exista, parar a sangria de recursos do Orçamento do Estado para o setor privado da saúde e garantir que o Serviço Nacional de Saúde é o prestador de cuidados de saúde em todo o país e a toda a população".
A líder do BE defendeu "uma lei de bases que acabe com a ideia de que o Estado financia o setor privado, que protege o Serviço Nacional de Saúde e os recursos do SNS e limita as contratualizações ao setor social e ao setor privado, nas áreas onde não há oferta do SNS, é a única lei de bases da saúde que pode fazer a diferença para salvar o SNS".
Catarina Martins, afirmou, ainda, que para salvar o SNS, é importante que o "Governo tenha a disponibilidade de fazer uma lei de bases mais exigente, que acabe com as PPP e que limite a contratualização com o setor social e setor privado às áreas onde é necessário, acabando com uma concorrência desleal entre público e privado, que tem vindo a retirar os profissionais de saúde onde são mais necessários, desde logo no interior do país".
Comentários