No final de uma visita ao Mercado de Santana, na zona das Caldas da Rainha, distrito de Leiria, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre o voto antecipado nas eleições legislativas da próxima semana, que decorre hoje durante todo o dia.

“Acho muito bem que toda a gente que se inscreveu para voto antecipado vá votar. É muito importante que o faça e faço esse apelo. Está, aliás, a demonstrar-se em todo o país que votar é seguro e ainda bem”, afirmou.

A líder do BE sublinhou que “votar hoje é um voto seguro, votar no dia 30 também será um voto seguro”, considerando que “o que é importante é que ninguém abdique de escolher e que toda a gente vá votar”.

“Eu, pessoalmente, optei por votar no dia das eleições, como todas as pessoas fizeram as suas opções, tendo aquilo que são os seus riscos, os seus calendários, as suas agendas”, respondeu, quando questionada sobre o porquê de não ter optado por esta modalidade antecipada, ao contrário de alguns políticos.

Mais de 315 mil eleitores que se inscreveram para votar antecipadamente para as legislativas podem fazer hoje as suas escolhas, com as autoridades de saúde a recomendar cuidados como usar máscara cirúrgica e usar a própria caneta.

A utilização de máscara cirúrgica ou máscara FFP2, a desinfeção das mãos, manter o “afastamento recomendado” enquanto se aguarda a vez de votar e usar uma caneta própria para votar são algumas das medidas recomendadas pela da Direção-Geral de Saúde para evitar o contágio pelo SARS-CoV-2.

Entre o passado domingo e quinta-feira, os eleitores recenseados no território nacional puderam inscrever-se para votar antecipadamente numa mesa de voto à sua escolha, no continente ou nas Regiões Autónomas, exercendo o seu direito uma semana antes do dia da eleição, 30 de janeiro. Independentemente do local em que deposita o seu voto, este contará sempre para o círculo onde o eleitor está recenseado.

“Era bom que o PS mudasse de agulha”

A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu ainda hoje que “era bom que o PS mudasse de agulha” porque a estratégia de “queimar pontes à esquerda” e pedir a maioria absoluta “acaba por abrir caminho à direita” nestas eleições.

No oitavo dia de campanha, a caravana do BE chegou ao Mercado de Santana, na zona das Caldas da Rainha, uma feira semanal onde Catarina Martins nunca tinha estado e onde foi questionada pelos jornalistas sobre as recentes sondagens.

“Com todo o respeito pelo vosso trabalho, pelo trabalho de quem faz sondagens, na verdade quem escolhe é quem vai votar e o dado mais permanente tem sido tanta gente que ainda está indecisa. É, no entanto, claro que a estratégia do PS, de queimar pontes à esquerda, de exigir a maioria absoluta, na verdade acaba por abrir caminho à direita”, respondeu.

Para a líder do BE, “era bom que o PS mudasse de agulha”.

“Em todo o caso, a garantia que eu deixo a toda a gente é que o Bloco de Esquerda como terceira força política será o garante de que vencemos a direita e de que no dia seguinte às eleições teremos um contrato para o Governo de Portugal que responda pela saúde, pelo trabalho, pelas pensões, pelas questões concretas da vida das pessoas que todos os dias, quando estamos na rua, vamos ouvindo e que não podem ser mais adiadas”, prometeu, uma mensagem que tem sido uma constante nas intervenções da líder do BE.

Catarina Martins afirmou ainda que "a direita está no avesso de qualquer solução" e que estas "vão-se construir à esquerda", apontando de novo à campanha que o PS decidiu fazer.

"O país tem má memória das maiorias absoluta", insistiu, sublinhando a diferença de postura do partido que lidera.

Apesar de nunca comentar sondagens, a líder do BE recusa-se a atacar quem as faz.

"Era o que mais faltava, eu respeito o trabalho de toda a gente", disse, reiterando que, no entanto, "o que conta é o voto" e que "há muita gente indecisa ainda".

Aos indecisos, uma franja da população a quem Catarina Martins se tem dirigido diversas vezes, deixou "a garantia" de que "o BE como terceira força política é o que vai impedir a direita de algum dia ter maioria e vai construir as soluções".