De manhã bem cedo, na estação ferroviária de Faro, Catarina Martins e a restante comitiva chegou a ter que esperar que as portas do Intercidades abrissem, para poder ocupar os seus lugares, uma tarefa dificultada pelo facto de a porta da carruagem 23 estar avariada.
Lugares ocupados para a ligação entre Faro e Entrecampos, em Lisboa, que durou mais de três horas, e o comboio lá arrancou, apesar de um ligeiro atraso, uma viagem durante a qual a líder do Bloco de Esquerda falou aos jornalistas.
"Eu tenho visto que todos os partidos dizem que estão muito preocupados com a emergência climática. O BE não se limita a dizer que está preocupado, apresenta um programa, uma estratégia para o país, para respondermos a esta questão", declarou.
Quando se responde à questão da emergência climática com uma estratégia de investimento, justificou Catarina Martins, entre os solavancos da viagem, faz-se mudanças "com as pessoas, sem esquecer a criação de emprego, sem esquecer o direito das pessoas à mobilidade a preços justos".
O BE voltou assim ao Plano Ferroviário Nacional, com o qual se apresenta às eleições legislativas, defendendo a coordenadora do partido que "a ferrovia faz bem à balança comercial, à qualidade de vida das pessoas, poupa salário e pensão ao fim do mês".
"Porque se nós tivermos uma resposta ferroviária capaz, que sirva mesmo toda a gente e com preços justo, é muito mais barato para toda a gente utilizar a ferrovia do que o carro individual", explicou, adiantando que o objetivo é "fazer um investimento muito grande para tirar os carros das áreas metropolitanas".
A meio da viagem, Catarina Martins, sempre acompanhada pelos deputados e dirigentes Mariana Mortágua e Jorge Costa, aventurou-se numa ida até ao bar do Intercidades, atravessando as carruagens do comboio, com algumas paragens nos "apeadeiros" de quem a ia reconhecendo.
Dentro do bar, o simpático funcionário António Pinto serviu os bloquistas - duas águas com gás "e um café para a Mariana" - e rapidamente se tornou num entrevistado pelos jornalistas presentes.
Há décadas a trabalhar nos bares dos comboios pelo país, António já viu muitos políticos "nacionais e internacionais" a bordo.
"E o primeiro-ministro?", perguntaram-lhe.
"Andou, andou também. Eu fiz um [comboio] especial PS em que o doutor António Costa também estava presente", contou.
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