Na primeira ação do penúltimo dia de campanha oficial para as eleições autárquicas de domingo, Catarina Martins visitou o mercado de Benfica, em Lisboa, tendo sido questionada pelos jornalistas sobre esta medida que tinha sido proposta no comício da noite anterior em Almada, terminado apressadamente devido à forte chuva que se fez sentir.
“Todos os eleitos e eleitas do Bloco de Esquerda, as nossas vereadoras, os nossos vereadores, vão ser uma força nas autarquias para conseguir esta redução do passe para 20 euros para toda a gente, no máximo, garantindo que estudantes, pensionistas e pessoas em situação de desemprego têm o passe gratuito”, comprometeu-se.
Para a líder do BE, este “é o passo natural” que é preciso dar “no caminho da gratuidade dos transportes coletivos”, considerando que esta forma de deslocação tem que se transformar “na norma das deslocações e não na exceção”, uma exigência não só climática como social.
Em período de eleições para o poder local, Catarina Martins sublinhou o papel fundamental dos autarcas nesta bandeira.
“A primeira redução do preço do passe começou por estar inscrito no acordo que o BE fez com o PS em Lisboa. Nós sabíamos que existiria também uma negociação a nível do orçamento para ser possível, mas foi a ação combinada de autarcas à esquerda que quiseram a redução do passe com a negociação do Orçamento do Estado que permitiu esse passo”, apontou.
Catarina Martins referiu que esta medida, lançada em 2019, “custou por ano menos de 150 milhões de euros, uma parte pelas autarquias, a outra parte através do Orçamento do Estado pelo Fundo Ambiental”.
“Nós achamos que estão conseguidas neste momento as condições para fazermos outro grande abaixamento dos passes, ao mesmo tempo que se aumenta a oferta de transporte público, até porque o ministro do Ambiente nos veio dizer que tem ali uma folga de 150 milhões de euros no Fundo Ambiental”, defendeu.
Na perspetiva da líder do BE, “essa folga não deve ser usada para pagar lucros excessivos, exorbitantes das elétricas”, mas sim “para a descarbonização da economia e para os transportes públicos”.
“E, portanto, com essa folga do Fundo Ambiental é possível nós conseguirmos já a curto prazo passe social gratuito para estudantes, pensionistas, pessoas em situação de desemprego, mas também garantir que numa área metropolitana ninguém paga mais de 20 euros pelo passe”, explicou.
Este seria, segundo Catarina Martins, um “passo fundamental para a emergência climática”.
“Não basta nós dizermos que estamos muito preocupados com o clima ou com as desigualdades sociais ou com a organização das cidades, é preciso dar passos concretos. Este passe é um passo concreto”, reiterou.
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