“Há momentos na vida em que nós sentimos que estamos a escrever uma página da História. Foi isso que eu senti quando assinei, em abril de 1987, a declaração conjunta luso-chinesa, preparava-se assim o fim da presença imperial de Portugal no Oriente”, afirmou Cavaco Silva, numa declaração à agência Lusa e aos canais portugueses da TDM (Teledifusão de Macau).

Recuando ao momento em que há 30 anos, a 13 de abril de 1987, assinou em Pequim, enquanto primeiro-ministro de Portugal, a declaração conjunta luso-chinesa sobre a transferência da administração do território de Macau para a China nos últimos dias de 1999, Cavaco Silva lembrou uma “negociação complexa e delicada” que permitiu chegar a um “bom acordo”.

“Eu tenho orgulho nos resultados que se conseguiram nas negociações”, admitiu, referindo-se aos direitos políticos, económicos, sociais, laborais e religiosos dos habitantes de Macau assegurados.

Depois da assinatura, continuou, iniciou-se o chamado período de transição, entre 1987 e o ano 2000.

“Portugal, em articulação com as autoridades chinesas, garantiu a estabilidade e o desenvolvimento económico e social do território de Macau. O general Rocha Vieira, o último governador de Macau desempenhou as suas funções com competência e com muita dignidade”, sublinhou, considerando que Portugal e China deram “um exemplo à comunidade internacional”, conseguindo “num espírito de amizade e num espírito construtivo” resolver “um problema muito complicado herdado pela História”.

Com a assinatura da declaração conjunta luso-chinesa deu-se também início a uma nova etapa no relacionamento entre Portugal e a China, com as relações comerciais a intensificarem-se substancialmente e a cooperação no domínio da cultura, da língua, no domínio social e no domínio da ciência a dar novos passos, continuou.

Em 2014, já como Presidente da República, Cavaco Silva voltou a Macau, numa visita que lhe permitiu constatar “o extraordinário desenvolvimento económico e social do território”.

“O progresso era visível em quase todas a áreas, era a prova de que tínhamos feito um bom acordo para benefício do povo chinês e também marcando uma saída digna de Portugal daquela parte do mundo”, sustentou, apontando a ligação entre Portugal e a China como uma prioridade estratégica, porque a parceria que existe e que se baseia “no respeito mútuo e na confiança, abre portas e oportunidades ao fortalecimento dos contactos entre chineses, portugueses e macaenses”.

“Ao recordar hoje a assinatura da declaração conjunta luso-chinesa sobre a questão de Macau em abril de 1987, daquela que foi a primeira visita de um primeiro-ministro português à China eu quero expressar a minha grande satisfação por verificar que é promissor o futuro das relações entre Portugal e a China. Os dois países estão de parabéns”, frisou.

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