Em declarações à Lusa, Marco Martins, presidente da Comissão Distrital do Porto da Proteção Civil, disse ser “falsa” a informação dada pela NAV de que o CDOS do Porto apenas “atendeu” uma chamada sobre o acidente quando a mesma foi “reencaminhada pelo CDOS de Coimbra”.

“A chamada chegou ao CDOS do Porto pelo CNOS [Comando Nacional de Operações de Socorro], às 20:15, tendo de imediato sido acionados os bombeiros de Valongo. O alerta chegou ao CNOS às 20:09, pelo departamento de monitorização de radares da Força Aérea. Quanto que diz a NAV, é estranho, até porque há uma linha direta da torre de controlo do Aeroporto do Porto para o CDOS do Porto e a mesma não foi acionada”, afirmou.

A NAV, que gere a navegação aérea, revelou hoje que, pelas 19:20 de sábado, foi tentado o contacto com os CDOS do Porto, Braga e Vila Real, “que não atenderam”.

“Só após contactar o CDOS de Coimbra, que reencaminhou a chamada para o Porto, é que se conseguiu contactar o CDOS do Porto”, vincou a NAV.

Marco Martins garantiu que esta informação “é falsa”.

“Contatei com a comandante do CDOS de Coimbra, e não têm qualquer registo disso [de reencaminhar a chamada para o CDOS do Porto]”, disse Marco Martins.

“Isto tem de ser devidamente analisado e averiguado”, observou.

O presidente da Comissão Distrital do Porto da Proteção Civil disse ter a informação de que “a chamada [sobre o acidente] chegou pelas 20:15 ao CDOS do Porto pelo CNOS, que foi alertado, às 20:09, pelo centro de controlo e monitorização de radares da Força Aérea”.

Marco Martins disse ainda ser “estranha” a informação da NAV, “até porque há uma linha direta da Torre de Controlo do aeroporto do Porto para do CDOS do Porto”.

“É uma linha direta, apenas para o CDOS e essa linha não foi acionada”, garantiu o presidente da Proteção Civil distrital.

Os CDOS de Braga e de Vila Real recusaram hoje não ter atendido a chamada da NAV sobre o acidente de Valongo, garantindo ter operadores “em permanência 24 horas por dia”.

Em declarações à Lusa, o comandante do CDOS de Braga, Hermenegildo Abreu, garantiu que “qualquer chamada” ali recebida “é atendida conforme a sequência de entrada”, considerando por isso “muito estranho” que a NAV, empresa que gere a navegação aérea, diga que aquela entidade “não atendeu” uma chamada feita ao fim da tarde de sábado devido à perda de contacto com o helicóptero do INEM que caiu em Valongo.

Para o comandante do CDOS de Vila Real, Álvaro Ribeiro, é também “muito esquisito” que uma chamada de quem quer que seja não tenha sido atendida, porque “a sala de operadores tem sempre dois operadores em permanência, 24 sobre 24 horas”.

“Temos um telefone nos serviços administrativos e mesmo esse, se for contactado e não houver atendimento, está programado para reencaminhamento para a sala de operações, onde temos sempre, em permanência, pelo menos dois operadores”, afirmou.

A NAV revelou hoje que alertou meia hora após a perda de contacto com o helicóptero do INEM, entidades como a Proteção Civil e a Força Aérea para a falha de comunicação com o aparelho.

Segundo a NAV, à 19:40 foi avisada a Força Aérea Portuguesa, “que é quem ativa a busca e salvamento”, 20 minutos depois de terem sido contactados os CDOS do Porto, Braga e Vila Real, que “não atenderam”.

Segundo o INEM avançou no sábado, a aeronave estava desaparecida desde as 18:30.

Proteção Civil garante "articulação perfeita" com bombeiros

Marco Martins, da Proteção Civil distrital do Porto, assegurou hoje que, no socorro ao helicóptero do INEM que caiu em Valongo, “não existiu” conflito entre bombeiros, tendo “funcionado perfeitamente a articulação” entre os vários níveis da Proteção Civil.

“Não existiu qualquer conflito entre bombeiros. Funcionou perfeitamente a articulação entre os vários níveis da Proteção Civil”, garantiu à Lusa Marco Martins, presidente da Comissão Distrital do Porto da Proteção Civil.

A Liga dos Bombeiros Portugueses decidiu no domingo “abandonar de imediato” a estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), um “corte radical” de protesto contra os diplomas sobre as estruturas de comando aprovados pelo Governo.

O ministro da Administração Interna determinou hoje à Proteção Civil a abertura de um “inquérito técnico urgente” ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas relativamente ao acidente com o helicóptero do INEM, que caiu no sábado ao fim da tarde em Valongo, causando a morte aos quatro ocupantes.

Marco Martins revelou à Lusa que o Comando de Operações de Socorro (CDOS) do Porto foi alertado pelas 20:15, pelo Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS), para a queda do helicóptero do INEM, “tendo de imediato sido acionados os bombeiros de Valongo”

O responsável acrescentou que o Comando Nacional “foi avisado às 20:09 pelo departamento de monitorização de radares da Força Aérea”.

Segundo o INEM avançou no sábado, a aeronave estava desaparecida desde as 18:30.

O comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto, Carlos Alves, disse esta manhã desconhecer “qualquer atraso nas comunicações” entre bombeiros e aquela entidade no caso do helicóptero que caiu no sábado em Valongo, causando a morte dos quatro ocupantes.

“Não temos indicação de qualquer atraso da comunicação entre os bombeiros e a Proteção Civil. Toda a operação foi iniciada após comunicação da entidade local da Proteção Civil, neste caso o CDOS do Porto, para as corporações de bombeiros locais”, afirmou Carlos Alves, em declarações aos jornalistas no local onde decorrem as operações de socorro, no concelho de Valongo, distrito do Porto.

“Tanto quanto sei, os bombeiros foram os primeiros a chegar ao local”, acrescentou o comandante, que afirmou desconhecer “qual a primeira entidade a receber o alerta” sobre a queda do helicóptero e garantindo que o aviso chegou ao CDOS “às 20:15”, cerca de duas horas após o último contacto da aeronave com a torre de controlo.

Sem conseguir “precisar a hora da chegada dos primeiros bombeiros” ao local onde caiu o helicóptero do INEM, Carlos Alves assegurou que “a operação [de socorro] foi desenrolada a partir das 20:15”, hora a que a Proteção Civil recebeu o alerta para o acidente.

“O alerta para a Proteção Civil foi às 20:15. Tudo o resto que aconteceu antes não consigo confirmar”, observou o comandante.

Segundo Carlos Alves, antes do alerta à Proteção Civil “há toda uma série de entidades que entram no processo de despoletar este tipo de operação”.

“Desconheço qual foi a primeira entidade a receber o alerta”, afirmou.

Marco Martins disse ser “falsa” a informação dada pela NAV de que o CDOS do Porto apenas “atendeu” uma chamada sobre o acidente quando a mesma foi “reencaminhada pelo CDOS de Coimbra”.

“Quanto que diz a NAV, é estranho, até porque há uma linha direta da torre de controlo do Aeroporto do Porto para o CDOS do Porto e a mesma não foi acionada”, acrescentou.

A queda de um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes.

A bordo do aparelho seguiam dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.

A avaliação preliminar dos destroços indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona, segundo o gabinete que investiga acidentes aéreos.

A aeronave em causa é uma Agusta A109S, operada pela empresa Babcock, e regressava à sua base, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, após ter realizado uma missão de emergência médica de transporte de uma doente grave para o Hospital de Santo António, no Porto.

[Notícia atualizada às 15:39]