Durante um debate no parlamento sobre política de saúde, suscitado pelo Partido Ecologista Os Verdes (PEV), a deputada do CDS Isabel Galriça Neto ofereceu ao ministro Adalberto Campos Fernandes uma pequena estatueta a imitar um Óscar.
A deputada centrista referiu não se tratar de um “Óscar para o melhor ministro do Governo”, mas antes um Óscar para o ministro que realizou várias promessas não cumpridas, como os anúncios do desbloqueio de verbas para a ala pediátrica do Hospital de São João.
“É um Óscar para a ficção científica a que está a votar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, resumiu Isabel Galriça Neto, sublinhando que a realidade “é má” e que o discurso do Governo está em dissonância com o que sentem os utentes e os profissionais de saúde.
Antes mesmo da atribuição do "Óscar" e da oferta da estatueta, a deputada disse que o ministro da Saúde tem por hábito fazer autoelogios ao estilo do “espelho meu espelho meu” da história da Branca de Neve.
Para o CDS, os portugueses estão “todos os dias a sentir o resultado da opção deliberada de não investir no SNS”, vendo nesta falta de investimento uma “austeridade escondida” que é imposta aos serviços públicos, em particular na Saúde.
“As promessas são e foram muitas, mas as Finanças impuseram um estrangulamento. São promessas e mais promessas, anúncios e mais anúncios, mas a dura realidade, aquela que o senhor ministro teima em negar, demonstra que as listas de espera para consultas e cirurgias não param de aumentar. Os profissionais estão exaustos e insatisfeitos e os problemas acumulam-se”, afirmou Isabel Galriça Neto.
Também o PSD confrontou hoje o Ministério da Saúde com dados oficiais que considera uma prova de que o acesso aos serviços de saúde piorou nos últimos dois anos, com uma “visível degradação” no acesso a consultas e cirurgias.
“O acesso a consultas e cirurgias sofreu uma visível degradação. O relatório relativo a 2017 veio renovar que o acesso está a piorar de ano para ano”, afirmou o deputado do PSD Luís Vale.
Segundo o PSD, numa comparação entre 2015 e 2017, a mediana do tempo de espera até a uma primeira consulta hospitalar passou de 82 para 86 dias. No ano passado, havia ainda mais 34 mil portugueses à espera de uma cirurgia do que em 2015, representando em 2017 um acréscimo de 20% de utentes inscritos para cirurgia, tendo o tempo médio passado de 2,9 meses em 2015 para 3,1 meses no ano passado.
Ainda da parte do PSD, Ricardo Batista Leite vincou que "os portugueses têm sentido o agravamento das dificuldades" no acesso ao Serviço Nacional de Saúde, considerando que "isso empurra as pessoas para o privado".
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