“O CDS é da opinião que o Estado português deve honrar os seus compromissos, mas também é da opinião que o primeiro-ministro, António Costa, deve honrar o contrato de confiança que fez com os portugueses”, salientou Francisco Rodrigues dos Santos.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, o presidente do CDS-PP defendeu que os portugueses “já deram 11 mil milhões de euros para o Novo Banco” e é necessário “transparência, seriedade e rigor na atribuição de dinheiros públicos”.
“Dinheiros públicos que tem faltado a muitos setores que estão à beira da pobreza com verdadeiros dramas humanos, sem esperança e absolutamente resignados”, reforçou.
Francisco Rodrigues dos Santos afirmou também que o Estado tem “todas as condições para cumprir o contrato que fez com o Novo Banco”.
“Terá de seguir um processo mais transparente, mais escrutinado pela Assembleia da República e o primeiro-ministro tem de explicar porque é que aquele valor vai ser transferido para o Novo Banco, demonstrá-lo através da sua auditoria e que também fique claro que o Novo Banco está a cumprir as suas obrigações contratuais”, referiu.
O plenário do parlamento confirmou na quinta-feira a votação na especialidade da proposta orçamental do BE que anula a transferência de 476 milhões de euros do Fundo de Resolução para o Novo Banco.
Numa votação confusa e que teve de ser repetida, depois de avocada e debatida no plenário, PSD, PCP, PEV, Chega e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira juntaram os seus votos ao BE para viabilizar esta alteração, apesar dos votos contra de PS, Iniciativa Liberal e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues e a abstenção do CDS-PP e do PAN.
A surpresa do último dia das votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) aconteceu já na reta final de quarta-feira, quando a proposta do BE - a única dos bloquistas que acabou por ser aprovada - que anula a transferência de 476 milhões de euros do Fundo da Resolução destinada ao Novo Banco teve luz verde, com votos favoráveis do PSD, BE, PCP e PAN, a abstenção do CDS-PP e os votos contra do PS, Iniciativa Liberal e Chega.
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