Num comunicado a que o SAPO24 teve acesso, o CDS-PP considera que "o anúncio - a confirmar-se -, de que o Dr. Diogo Lacerda Machado será um dos líderes de um consórcio internacional concorrente à privatização da TAP, pode configurar um caso grave, de contornos políticos e éticos".
"Politicamente, todos os portugueses sabem que o Dr. Diogo Lacerda Machado é amigo próximo do primeiro-ministro e como tal foi sempre apresentado. De tal forma assim é, que o Dr. Diogo Lacerda Machado teve mandato do Dr. António Costa para reverter a privatização da TAP e foi depois nomeado pelo governo socialista para o conselho de administração da mesma TAP", sublinha o partido.
Acrescenta também que "a presença agora à frente de um consórcio que anuncia concorrer à futura privatização da TAP coloca legitimamente uma questão de independência política. É legítimo acreditar-se que esta presença e relevância do amigo próximo do primeiro-ministro que o mandatou e nomeou para a TAP significam uma preferência do governo, num concurso que tão pouco tem ainda o caderno de encargos publicado".
Mais adianta que é ainda muito preocupante que "o processo de privatização da TAP comece desta forma, depois de tudo o que os cidadãos ficaram a saber através da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP".
"A confirmar-se o facto do Dr. Diogo Lacerda Machado aparecer agora como expoente de um consórcio concorrente à privatização da TAP - depois de ter sido o ‘delegado’ do primeiro-ministro para a nacionalizar e o seu representante na administração - configura um tipo de exercício político que se está a tornar corrente nos socialistas: acham que em tudo mandam e que tudo podem", afirma o partido de Nuno Melo.
Tendo em conta estas críticas do CDS, os democratas cristãos apelam "a que o Presidente da República esteja particularmente atento à reprivatização da TAP, incumbido que está de assegurar o normal funcionamento das instituições democráticas" e desafiam o primeiro-ministro "a informar se está confortável com o anúncio efetuado".
Pedem ainda a "intervenção preventiva de todas as entidades públicas com competência a propósito" e informam que vão solicitar a intervenção da Comissão Europeia, e levarão o tema à discussão no Parlamento Europeu.
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