“O CDS tem trabalhado em estreita coordenação com o PSD. É uma matéria que está a ser tratada ao nível dos dois grupos parlamentares e, portanto, não quero estar a adiantar nada nessa matéria, apenas que estamos a trabalhar coordenadamente”, declarou Assunção Cristas, à margem de uma visita que realizou estar tarde à Essência do Vinho, evento que decorre no Palácio da Bolsa, no Porto, até dia 26 de fevereiro.
Questionada pelos jornalistas sobre se o CDS-PP excluía, ou não, chamar o primeiro-ministro, António Costa, para ser ouvido na nova comissão parlamentar de inquérito à CGD, Assunção Cristas reiterou que o CDS e o PSD estavam a “trabalhar em conjunto” e que certamente haveria oportunidade para falar depois “de retomar trabalhos”.
Á questão colocada pela agência Lusa sobre o facto de o PSD, através do líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, não ter excluído a hipótese de chamar António Costa à nova comissão parlamentar de inquérito, Cristas disse não querer “acrescentar mais nada sobre essa matéria”, porque o assunto está a ser tratado ao “nível dos dois grupos parlamentares”.
“Não queria estar a adiantar nada sobre essa matéria, apenas que estamos a trabalhar coordenadamente”, declarou.
O PSD e o CDS-PP anunciaram que vão usar o direito potestativo para tornar obrigatória a constituição de uma nova comissão parlamentar de inquérito à CGD, depois de a esquerda parlamentar ter rejeitado a análise das comunicações trocadas entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o anterior presidente do banco público, António Domingues, no decorrer das negociações para que este último aceitasse dirigir a Caixa.
No final da reunião do grupo parlamentar do PSD de hoje, Luís Montenegro reiterou que "até ao final da semana" - provavelmente na sexta-feira - será entregue o requerimento de PSD e CDS-PP a formalizar uma nova comissão de inquérito potestativa sobre a CGD.
Depois de apresentado publicamente o objeto, Montenegro explicou que " comissão tomaria “as diligências probatórias” que entendesse adequadas ao cumprimento desse objeto, não excluindo, tal como adiantou numa entrevista ao Público e Renascença, que o primeiro-ministro, António Costa, possa ser chamado a dar esclarecimentos à futura comissão de inquérito.
Na semana passada, a 17 de fevereiro, fontes do PSD e o CDS-PP informaram que os dois partidos estavam a avançar com a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre o envolvimento do ministro das Finanças, Mário Centeno, na polémica da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Ainda sobre a matéria da nova comissão parlamentar de inquérito à polémica da CGD, Cristas disse que o seu partido entende que “não foram cumpridos os mais elementares direitos da oposição no parlamento.
“Exigimos que eles possam vir a ser cumpridos”, declarou Assunção Cristas, avançando que na próxima sexta-feira, dia em que terá uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai “precisamente para sinalizar esses aspetos”.
“Ao senhor Presidente da República quero prestar a melhor informação possível de viva voz e é o que amanhã farei [dia 24], com certeza conhecendo bem quais são os papéis dos diferentes atores constitucionais e políticos, mas certamente referindo o que é, na nossa perspetiva, o direito ou os direitos, da oposição que lhe estão consagrados nos regimentos da Assembleia da República (…) e nesse quadro sinalizar um decorrer de episódios que não dizem nada de bom sobre o funcionamento atual do nosso Parlamento”, concluiu a líder do CDS-PP.
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