O grupo parlamentar do CDS leva esta sexta-feira a votação na Assembleia da República um voto de repúdio e condenação a "toda e qualquer prática de racismo, nomeadamente no desporto" e de solidariedade "com o jogador internacional Bernardo Silva, vítima de uma decisão que o condenou, injustamente por um ato que nunca cometeu nem cometeria".
A proposta é assinada por todos os deputados do CDS na Assembleia da República, Cecília Meireles, Telmo Correia, Ana Rita Bessa, João Almeida e Assunção Cristas.
Na origem deste voto está a recente condenação de Bernardo Silva pela Federação inglesa devido à publicação de um ‘tweet’ com a imagem em criança de Benjamin Mendy, seu colega de equipa e amigo desde os tempos em que ambos jogavam no Mónaco, acompanhado da ilustração do boneco característico da marca de chocolates Conguitos e com a pergunta “adivinhem quem é?". O jogador português do Manchester City foi banido por um jogo e multado em 50 mil libras (cerca de 58 mil euros) por ofensas raciais.
Esta é a primeira parte da proposta que irá ser apresentada. A segunda prende-se diretamente com a situação que envolveu o jogador Bernardo Silva. "Por isto mesmo, importa separar o que é racismo de uma mera brincadeira entre amigos que se estimam e respeitam. Algo que não aconteceu com o atleta Bernardo Silva, um dos melhores jogadores portugueses da atualidade, de ética desportiva irrepreensível, de fair play reconhecido e elogiado por todos os treinadores e jogadores, que foi vítima destas confusões quando, por brincar com um grande amigo numa rede social, foi condenado pela federação inglesa a 1 jogo de suspensão, multa de 58 mil € e a frequentar um programa de educação presencial, por atos racistas".
Pra os deputados do CDS, "esta decisão é incompreensível, pois a própria federação concluiu que o jogador "não teve a intenção de insultar ou fazer um comentário racista" e que 'foi mais uma brincadeira entre dois amigos', além da suposta vítima vir publicamente defender Bernardo Silva e oferecer-se mesmo para pagar a multa".
"Estas confusões não favorecem o combate ao racismo, antes pelo contrário", remata o texto.
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