No enquadramento da pergunta enviada ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, o grupo parlamentar recorda as declarações do presidente da ADSE, o subsistema de saúde para os funcionários públicos, que disse que as novas tabelas implicariam poupanças anuais de cerca de 30 milhões de euros para a ADSE e de 13 milhões de euros para os seus beneficiários.
“Aparentemente, estas seriam, de facto, boas notícias com ganhos, tanto para os beneficiários como para a própria ADSE. No entanto, chegou ao conhecimento do grupo parlamentar do CDS-PP que a revisão destas tabelas terá sido feita sem qualquer negociação prévia com as entidades prestadoras e que os novos valores poderão levar ao aumento, nalguns casos significativo, de encargos para os beneficiários”, refere o texto dos centristas.
Para o CDS-PP “é urgente esclarecer em que termos foram, efetivamente, negociados os valores das novas tabelas da ADSE e se está, de facto, garantido que os beneficiários não terão de suportar mais encargos com a aplicação destes novos valores”.
O grupo parlamentar do CDS-PP quer ainda saber a data exata de entrada em vigor das novas tabelas, sendo que o previsto é que isso aconteça a 01 de março.
O bastonário da Ordem dos Médicos classifica como “absolutamente escandalosos” os preços que a ADSE paga por alguns atos médicos, que muitas vezes não chegam sequer para as despesas do material usado em exames.
A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada considera que as novas tabelas da ADSE representam "perdas incomportáveis" para os privados e podem pôr em causa o acesso dos beneficiários aos cuidados de saúde.
Segundo os jornais Expresso e Público, a Associação escreveu uma carta aos ministros das Finanças e da Saúde depois de aprovada a nova tabela da ADSE que deve entrar em vigor a 1 de março.
De acordo com a Associação, as tabelas reduzem o valor pago aos prestadores de serviços que têm convenção com o sistema e reforçam o controlo das despesas públicas.
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