Em declarações aos jornalistas no parlamento, no final de um encontro do CDS com o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), o deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares acusou o Governo de grande desresponsabilização política” em matérias como os incêndios do ano passado, o caso de Tancos e, mais recentemente, a tragédia de Borba.
“O Governo preocupou-se sempre muito mais em manter a sua base eleitoral, a sua base de apoio aqui no parlamento do que em resolver o problema dos portugueses. Por isso mesmo, a nossa avaliação destes três anos é uma avaliação francamente negativa”, afirmou.
O ex-ministro da Segurança Social mostrou-se “surpreendido” pelos níveis de contestação social a um Governo que, supostamente, tinha sido construído de forma a “evitar esses percalços”, ao assegurar o apoio dos partidos à esquerda.
“Surpreende-me o estado do Serviço Nacional de Saúde, tantas greves em muito setores que não acreditam na palavra do Governo”, criticou.
Mota Soares apontou ainda como negativos os níveis de investimento público e a taxa de crescimento do país, comparativamente a outros países europeus.
“Preocupa-me muito por, ao longo destes três anos, estarmos perante uma oportunidade perdida: há 17 países que estão a crescer mais do que Portugal”, salientou.
O dirigente centrista disse ainda estranhar que “os serviços públicos estejam em tão mau estado e os contribuintes pagar a mais alta carga fiscal de sempre”.
O primeiro-ministro vai assinalar os três anos do seu Governo primeiro no Porto, hoje, com uma conferência de imprensa, e depois na Reitoria da Universidade do Minho, na segunda-feira, com um debate com cidadãos.
No Porto, a conferência de imprensa de António Costa terá lugar na Casa de Allen, pelas 18:00, depois de o líder do executivo acompanhar o segundo dia da visita de Estado a Portugal do Presidente de Angola, João Lourenço.
No debate que se realizará em Braga, na segunda-feira - dia em que o Governo completa três anos -, estarão cinco professores da Universidade do Minho: Luís Aguiar-Conraria (Economia), Sandra Fernandes (Ciência Política), João Rosas (Filosofia), Helena Sousa (Ciências da Comunicação) e Pedro Morgado (Medicina).
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