"É altura de, nomeadamente o senhor primeiro-ministro meter um pouco de ordem nisto", afirmou o líder da bancada parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães - quase em uníssono com Moreira da Silva -, quando questionado sobre o desafio deixado no sábado por Mariana Mortágua (BE) ao PS para que refletisse e definisse até que ponto está disposto a chegar para se assumir como uma alternativa global ao sistema capitalista.
Sublinhando que já se percebeu que "quem manda é a senhora deputada Mariana Mortágua" e não o ministro das Finanças, Nuno Magalhães recorreu à sua experiência com o Governo de coligação PSD/CDS-PP para defender que ou Mário Centeno aparece ou deixará de ter condições para continuar como titular da pasta das Finanças.
"Creio que pela primeira vez numa coligação - e sei bem o que vou dizer, sei bem daquilo que vou dizer e sei bem porque o vou dizer - em que não é o maior partido da coligação que anuncia matérias do ponto de vista fiscal e orçamental. Quando é o BE que anuncia em nome de um Governo do PS mais impostos e mais taxas para os portugueses, eu creio que ou o senhor ministro das Finanças aparece ou facilmente será esquecido ou facilmente deixará de ter condições para se manter no cargo, porque já percebemos que não manda, quem manda é a senhora deputada Mariana Mortágua", disse.
Nuno Magalhães, que falava aos jornalistas no final de uma conferência de imprensa conjunta com o PSD no parlamento sobre a criação do Sistema Nacional de Informação Cadastral, foi ainda interrogado sobre a questão do sigilo bancário e voltou fazer referência ao protagonismo de Mariana Mortágua.
"O sigilo bancário trata-se de fazer da classe média (…) só por ter um depósito à ordem superior a 50 mil euros, - como a porta-voz do Governo para esta matéria, Mariana Mortágua, qualificou - um presumível criminoso, um milionário que está a fugir ao fisco", declarou.
Por outro lado, acrescentou, esta medida defende um "Estado ‘big brother’", que corresponde à visão ideológica do BE, mas na qual o CDS-PP não acredita, porque "faz dos cidadãos suspeitos só por pouparem".
"É imoral, ilegal e inconstitucional, o que não deixa de ser curioso vindo da esquerda radical que tantas vezes fala do Tribunal Constitucional", referiu.
Nuno Magalhães defendeu ainda que é altura do ministro das Finanças aparecer, ironizando que Mário Centeno anda desaparecido a "combater os cidadãos".
"É altura do senhor ministro das Finanças dar de si, aparecer, porque na verdade anda desaparecido em combate, ou neste caso, desaparecido a combater os cidadãos e a combater com mais impostos: taxam-se ou criam-se impostos para os carros, para o sol, para as vistas, para a poupança, para os senhorios, agora para os depósitos bancários", disse.
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