Num requerimento dirigido ao deputado José Matos Rosa, presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, o grupo parlamentar do CDS-PP, lembrando que os clínicos que hoje concretizaram os pedidos de demissão já tinham ameaçado fazê-lo em março, descreve esta situação como "muito preocupante".

"Estas demissões são, no entender do CDS-PP, muito preocupantes, pois são demonstrativas da inação do Governo no que aos problemas da saúde diz respeito", refere a nota dos centristas.

O diretor clínico e os diretores e chefes de serviço do CHVNG/E, num total de 52 clínicos, demitiram-se em protesto contra as "condições indignas" em que trabalham.

O anúncio foi feito hoje pelo presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, em conferência de imprensa, no Porto.

Na sessão o diretor clínico demissionário, José Pedro Moreira da Silva, apontou como causas para a demissão coletiva as "condições indignas de assistência no trabalho e falta de soluções da tutela".

Em março, numa visita à unidade hospitalar para se inteirar dos problemas existentes, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse que todos os diretores de serviço do Centro Hospitalar estavam dispostos a demitir-se se "a situação caótica" se mantivesse.

Miguel Guimarães desafiou então os ministros da Saúde e das Finanças a visitarem este hospital para perceberem, disse o responsável, que "doentes e profissionais vivem em condições que não lembram a ninguém".

E, hoje, no requerimento enviado ao Palácio de São Bento, o CDS-PP recorda que em maio o Ministério da Saúde reafirmou que o CHVNGE tem previstos e em curso vários projetos, nomeadamente a reorganização do Serviço de Urgência ou um programa de gestão de camas, que visa a expansão da lotação das Medicinas (Internamento), Unidade de Convalescença e Unidade de Hospitalização Domiciliária.

São também lembrados pelo CDS-PP, que cita resposta do gabinete de Adalberto Campos Fernandes, outros projetos como a Fase B do Novo Edifício Hospitalar, num valor de 16 milhões de euros e, posteriormente, a Fase C no valor de 30 milhões.

"Perante esta resposta que recebemos do gabinete do senhor ministro da Saúde e perante as demissões hoje concretizadas, é essencial perceber se os projetos, investimentos e contratações acima referidos foram, efetivamente, cumpridos", questiona o grupo parlamentar do CDS-PP.

Os centristas pedem, assim, que seja marcada uma audiência "com caráter de urgência" na comissão de saúde para receber o conselho de administração do CHVNG/E no sentido deste esclarecer sobre "os problemas com que se tem deparado, os motivos da demissão dos 52 diretores e chefes de serviço".

Conforme se lê no pedido de audiência, o CDS-PP também exige saber qual "o impacto dos problemas do CHVNG/E na prestação de cuidados de saúde aos utentes" com estas demissões.

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