O anúncio foi feito hoje pelo presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, em conferência de imprensa.
Na conferência de imprensa, no Porto, o diretor clínico demissionário daquele centro hospitalar, José Pedro Moreira da Silva, apontou como causas para a demissão coletiva as “condições indignas de assistência no trabalho e falta de soluções da tutela”.
Em março, numa visita à unidade hospitalar para se inteirar dos problemas existentes, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse que todos os diretores de serviço do Centro Hospitalar estavam dispostos a demitir-se se "a situação caótica” se mantivesse.
"[Existem] condições caóticas. O Serviço de Urgência parece um cenário de guerra com macas por todo o corredor. Quase é impossível circular (...). Este hospital está a definhar. As prioridades são a melhoria das infraestruturas e dotar o hospital com os recursos humanos necessários", afirmou, na altura, o bastonário, referindo que foi decidido enviar uma carta e solicitar uma reunião "urgente" ao ministro da Saúde.
Miguel Guimarães desafiou então os ministros da Saúde e das Finanças a visitarem este hospital para perceberem, disse o responsável, que "doentes e profissionais vivem em condições que não lembram a ninguém".
"Os médicos e a Ordem dos Médicos estão indignados com o que está a acontecer e, na salvaguarda da segurança clínica e da qualidade da medicina que devem existir, todos os diretores de serviço e de departamento estão na disposição de apresentar a sua demissão se nada for feito", salientou na ocasião o bastonário.
Posteriormente, o Ministério da Saúde anunciou o avanço da terceira fase das obras de remodelação do Hospital de Gaia, na altura em que as obras da segunda fase estão a arrancar.
Já em resposta a estas críticas, também na altura, o presidente do conselho de administração do CHVNG/E, António Dias Alves, que tomou posse em abril do ano passado, garantiu que neste hospital se "pratica boa medicina por pessoas que se esforçam" e avançou que vai "ouvir e dialogar com os profissionais".
"Vamos ouvi-los, dialogar e perceber as razões em consonância com a tutela porque pretendemos o melhor para o hospital", referiu então António Dias Alves.
A Lusa tentou obter uma reação do Hospital de Gaia/Espinho a estas demissões, mas até ao momento tal não foi possível.
[Notícia atualizada às 15:55]
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