Esta ação é da responsabilidade do Grace Intervir Recuperar Organizar (GIRO), que conta com voluntariado corporativo das empresas associadas do Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial (GRACE), dedicado à promoção da responsabilidade social corporativa.

Nuno Barros, membro do GRACE enquanto representante da Lipor – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, explicou à Lusa que na ação de hoje a decorrer no Monte Padrão, em Santo Tirso, os voluntários "foram divididos em três grupos para intervenções no património natural de gestão florestal, fazendo a manutenção das árvores já plantadas e cortando a rebentação dos eucaliptos".

Medronheiros, pilriteiros e loureiros, muito comuns na zona intervencionada, estão entre as mais de sete mil árvores que foram plantadas, referiu o responsável da Lipor, empresa que gere os resíduos de Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde.

"A ideia da manutenção é fundamental, porque se não as árvores são depois abafadas pela vegetação, pelas acácias, eucaliptos e, portanto, há que fazer essas intervenções, idealmente, todo o ano", disse Nuno Barros, reconhecendo, contudo, que "esse cenário não é possível por falta de meios".

E prosseguiu: "não sendo possível todo o ano, com a ajuda dos sapadores da câmara [de Santo Tirso] conseguimos vir aqui periodicamente fazer essa gestão e manutenção da mata".

Os colaboradores das empresas, segundo Nuno Barros, "têm dispensa do trabalho para fazer o voluntariado, no âmbito da responsabilidade social destas organizações, contribuindo para a sociedade naquele que é o Ano Europeu do Património".

A coordenadora do projeto metropolitano Futuro, Marta Pinto, revelou à Lusa já "terem sido plantadas 106.619 árvores, ultrapassando a meta das 100 mil previstas".

"Estamos contentes com o facto de termos plantado mais de 106 mil árvores e estamos felizes com a forma como as organizações e os voluntários que moram na AMP se envolveram no projeto, mas sabemos que ainda há muito para fazer", argumentou Marta Pinto.

Apelando ao "reforço na sociedade" da ideia de que a "floresta não se faz num dia, nem existe só no verão", insistiu na necessidade de "atuar o ano todo, fazer ações de silvicultura preventiva e de manutenção", valorizando, por isso, a "oportunidade de ajudar as pessoas a perceber, estando no local, que a floresta dura o ano todo".

"No início de novembro fecha-se o primeiro ciclo do projeto Futuro com o lançamento de um livro que será a memória do que foi feito nos últimos oito anos e vamos, ao mesmo tempo, anunciar o que vai ser o projeto daqui para a frente", concluiu aquela responsável.

O GRACE, de acordo com a sua página na internet, reúne "mais de 160 empresas, das mais variadas dimensões e setores de atividade, empenhadas em aprofundar o papel das empresas no desenvolvimento social das pessoas e das organizações, partilhando a missão há muito assumida: refletir, promover e desenvolver a responsabilidade social corporativa em Portugal".

Já o projeto Futuro, de plantação de 100.000 árvores na AMP, nasceu em 2010 e foi implementado em 2011, no âmbito de um “esforço planeado e coordenado de várias organizações e cidadãos, com o objetivo de criar e manter florestas urbanas nativas nesta região" lê-se na página da organização.