Os concelhos onde os homens estão em maioria ficam, no continente, a sul do Tejo (quatro no Alentejo e um no Algarve), existindo ainda dois nos Açores.
De acordo com uma análise aos dados do INE feita pela agência Lusa, Odemira, no distrito de Beja, é o concelho onde a percentagem de homens residentes (55%) é maior, bem acima da média nacional, de 48%.
Aliás, Odemira foi o único dos 47 concelhos alentejanos a ganhar população residente face a 2011 (mais 3.457 pessoas) e a esmagadora maioria (3.155) são homens, números que estarão relacionados com o acréscimo de migrantes para trabalhos agrícolas.
Em 2011, também segundo os dados preliminares dos Censos desse ano, residiam em Odemira 13.200 homens e 12.904 mulheres. Dez anos volvidos, há 16.355 homens (mais 3.155), enquanto o número de mulheres no município do litoral alentejano aumentou apenas 284, para 13.188.
Da lista de concelhos onde residem mais homens do que mulheres constam outros três municípios do Alentejo: Grândola, que nos Censos 2021 regista mais 151 homens do que mulheres (6.989 contra 6.838), diferença que, no entanto, é menor do que a que existia em 2011, quando havia no município mais 202 residentes masculinos do que femininos.
Ferreira do Alentejo e Mourão são duas novas ‘entradas’ no restrito ‘grupo’ dos municípios onde os homens estão em maioria: em 2011, de acordo com o INE, em Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, as mulheres eram 173 a mais, mas, dez anos volvidos, a tendência inverteu-se e há agora uma maioria de 36 homens (3.856 contra 3.820).
Já em Mourão, no distrito de Évora, em 2011 existiam mais 26 mulheres, mas, em 2021, o sexo masculino é agora maioritário e são mais 17 homens do que mulheres, numa população residente total de 2.353 pessoas.
Mais a sul, no Algarve, Monchique mantém-se no rol ‘mais masculino’, onde já constava em 2011, mas a diferença tem vindo a diminuir: há dez anos, os homens eram mais 61 do que as mulheres, agora são apenas mais 23.
E se nos Açores, na ilha do Corvo, a ‘vantagem’ dos senhores face às senhoras caiu para metade numa década – em 2011 eram mais 50 homens do que mulheres em 430 residentes, agora são mais 26 numa população de 386 – no município da Laje das Flores a diferença numérica praticamente não se alterou em dez anos, tendo até aumentado a favor dos homens.
Em 2011, dos 1.504 residentes na Laje das Flores, 732 eram homens e 676 mulheres, uma ‘vantagem’ masculina de 56 pessoas. Em 2021, a diferença subiu para 57 (780 contra 723), ainda que a população residente tenha caído 6,4%, para as 1.408 pessoas.
A Região Autónoma dos Açores tem ainda dois municípios onde a diferença entre homens e mulheres é quase inexistente, mas, nestes casos, com ligeira vantagem para as raparigas: Em Santa Cruz das Flores há mais cinco mulheres do que homens em pouco mais de 2.000 residentes, enquanto em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, há apenas mais duas mulheres numa população total de 10.326 pessoas.
Portugal tem 10.347.892 residentes, menos 214.286 do que em 2011, segundo os resultados preliminares dos censos 2021, hoje divulgados pelo INE.
Trata-se de uma quebra de 2% relativamente a 2011, consequência de um saldo natural negativo (-250.066 pessoas, segundo os dados provisórios).
O saldo migratório, apesar de positivo, não foi suficiente para inverter a quebra populacional, segundo o INE, que sublinha que, em termos censitários, a única década em que se verificou um decréscimo populacional foi entre 1960 e 1970.
Os dados preliminares mostram que há em Portugal 4.917.794 homens (48%) e 5.430.098 mulheres (52%).
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