A Ucrânia e seus aliados europeus propuseram um cessar-fogo "completo e incondicional" de 30 dias à Rússia a partir de segunda-feira, disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano.
"A Ucrânia e os seus aliados estão prontos para um cessar-fogo completo e incondicional em terra, mar e ar por pelo menos 30 dias a partir de segunda-feira", escreveu Andrii Sibiga na rede social X.
O encontro surge num momento crítico, coincidindo com o fim de uma trégua unilateral de 72 horas decretada por Moscovo para assinalar o 80.º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial.
Durante a reunião, os líderes europeus vão discutir uma proposta de cessar-fogo incondicional de 30 dias, apoiada pelos Estados Unidos e pela Ucrânia, visando criar espaço para negociações de paz mais amplas, de acordo com a RTP.
A intervenção da "coligação dos voluntários"
Numa carta conjunta publicada na sexta-feira, em véspera de se reunirem na capital ucraniana, Emmanuel Macron enfatizou a necessidade de uma resposta conjunta à agressão russa, sublinhando que uma paz duradoura deve começar com um cessar-fogo total e sem condições.
O Presidente francês também apelou a conversações diretas entre a Ucrânia e a Rússia, caso a trégua seja implementada, oferecendo apoio europeu nesse processo.
Além disso, os quatro países fazem parte da chamada "coligação dos voluntários", um grupo que planeia criar uma força de paz para a Ucrânia após o fim do conflito, com o objetivo de evitar futuras agressões russas.
A reunião virtual pretende também discutir o fornecimento de garantias de segurança à Ucrânia e a regeneração das suas forças armadas, estando em cima da mesa a hipótese de "uma futura coligação [com outros países] que reúna forças aéreas, terrestres e marítimas para ajudar a regenerar as forças armadas ucranianas após um possível acordo de paz e para construir confiança na paz futura".
"Continuaremos a aumentar o nosso apoio à Ucrânia. Intensificaremos a nossa pressão sobre a máquina de guerra russa até que a Rússia concorde com um cessar-fogo duradouro", acrescentam, na declaração conjunta dos quatro líderes.
A visita marca a primeira deslocação oficial do novo chanceler alemão, Friedrich Merz, à Ucrânia, após visitas a Paris e Varsóvia. Este esforço conjunto europeu visa reforçar a unidade ocidental e pressionar Moscovo a aceitar o cessar-fogo proposto, com a ameaça de novas sanções caso a Rússia não coopere.
Europeus não aceitam só três dias de cessar-fogo
Como pano de fundo está, também, a demonstração de força do presidente russo, Vladimir Putin, que recebeu cerca de 20 líderes estrangeiros em Moscovo no dia da vitória. No entanto, a maioria dos países já se manifestou a favor da proposta de um "cessar-fogo incondicional de 30 dias" do presidente norte-americano Donald Trump.
O Reino Unido, a França e os países do norte da Europa anunciaram, entretanto, que apoiam a proposta de Trump. "Tentaremos negociações diretas entre a Ucrânia e a Rússia", referiu Macron, numa entrevista a caminho de Kiev, "estamos prontos para ajudar".
"A minha esperança (...) é que nas próximas horas e dias, possamos todos unir-nos para nos comprometermos com um cessar-fogo, dizendo que, se uma das partes o violar, haverá sanções económicas em massa", acrescentou Macron.
A Ucrânia já expressou disposição para aceitar a proposta de cessar-fogo de 30 dias, considerando-a um passo positivo. Contudo, a implementação da trégua depende da aceitação por parte da Rússia, que até ao momento não se comprometeu com o acordo.
Este desenvolvimento ocorre num contexto de intensificação dos esforços diplomáticos para pôr fim à guerra, com os Estados Unidos e os seus aliados europeus a coordenarem uma resposta unificada para apoiar a Ucrânia e pressionar a Rússia a cessar as hostilidades.
Comentários