“Esta minha primeira visita ao PE para encetar um diálogo económico com os deputados europeus correu de forma bastante positiva. Foi notório, ao longo das diferentes intervenções, o interesse que o PE tem nas questões económico-financeiras, sendo que muitas delas são tarefa para o Eurogrupo discutir e fazer propostas”, realçou, após ter participado no primeiro “diálogo económico” com a comissão de Assuntos Económicos desde que assumiu a presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo).
Na sua comparência diante da comissão de Assuntos Económicos, em Bruxelas, o ministro das Finanças português ouviu o eurodeputado Miguel Viegas, do PCP, afirmar-se “um bocadinho desapontado” com a sua intervenção no PE, e José Manuel Fernandes, que é o coordenador do Partido Popular Europeu (PPE) na Comissão de Orçamentos do PE, interrogá-lo sobre as perspetivas de Portugal crescer abaixo da média europeia este ano.
Aos jornalistas, Centeno desvalorizou os receios, sublinhando que “existem diferentes perspetivas, sobre diferentes matérias na Europa, como é natural”.
“Fazem parte, também, de um debate que ocorre quer a nível nacional quer a nível europeu. Neste momento, não valorizo essas diferenças, porque estamos aqui, precisamente, para trocar impressões em matérias importantes para a Europa”, afiançou.
Sobre os receios dos partidos que apoiam o Governo quanto ao duplo papel de ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Centeno lembrou que o Governo tem um programa nacional que tem “uma dimensão europeia muito significativa”.
“Eu, enquanto presidente do Eurogrupo, coordeno os trabalhos de um grupo que tem 19 ministros das finanças. Temos responsabilidades distintas numa função e noutra, mas a coordenação entre as duas é total”, assegurou.
Questionado se é possível que, em 2018, o crescimento português seja superior aos 2,2%, Centeno recordou que já disse “várias vezes” que “o objetivo da ação governativa não é fazer previsões económicas e atualizá-las ao longo do ano”.
“Não ficaria surpreendido [com revisão em alta], porque observamos dia-a-dia indicadores da economia portuguesa que nos vão reforçando a ideia de que a economia portuguesa vai manter um crescimento forte e robusto, em contraste do que foi a experiência dos últimos dez anos da economia portuguesa”, concluiu.
Na sua condição de presidente do Eurogrupo, Mário Centeno encontra-se em Bruxelas desde segunda-feira, tendo presidido nesse dia aos trabalhos do fórum de ministros das Finanças da zona euro, participando no dia seguinte num debate sobre o "semestre europeu" no Parlamento Europeu, onde regressou hoje para o "diálogo económico" com os deputados da comissão de assuntos económicos.
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