De acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a “última linha elétrica de emergência” da central, danificada desde 1 de Março, continua “desligada e em reparação”. A linha permite à central garantir a segurança nuclear como último recurso, nomeadamente através do arrefecimento dos reatores.
Durante as últimas três semanas, a central tem dependido da eletricidade fornecida por uma única linha externa principal de 750 quilovolts (kV), e “qualquer dano (a esta linha) resultará na perda total de toda a alimentação exterior à central”.
“A segurança nuclear dentro da central permanece num estado precário”, disse Grossi. “Apelo mais uma vez a todas as partes para que se comprometam a garantir a segurança nuclear da central”, acrescentou.
A 9 de Março, a central, ocupada pelo exército russo, foi isolada da rede elétrica ucraniana durante 11 horas, na sequência de um ataque russo. Os geradores de emergência a diesel tinham sido ligados para fornecer energia mínima aos sistemas de segurança, de acordo com a Energoatom, que gere a instalação e alertou para o risco de um acidente nuclear.
“Estamos a brincar com o fogo”, avisou Grossi.
O Alto Representante da União Europeia, Josep Borell, concordou: “Esta é uma grave violação da segurança nuclear, causada pela Rússia. (…) Zaporijia é a maior central nuclear da Europa. E a Rússia está a pôr em perigo a segurança de todo o continente europeu, incluindo eles próprios”.
Sem a eletricidade produzida por estes geradores, o sobreaquecimento do combustível do reator pode conduzir rapidamente a um acidente nuclear, num cenário semelhante ao da central de Fukushima no Japão em 2011.
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