O número de partos baixou de 1.378, em 2016, para 1.196, em 2017, de acordo com dados da atividade assistencial do CHO, ficando abaixo dos 1.200, número que obriga a maternidade a manter dois especialistas em permanência.
“Há várias justificações, desde logo a diminuição da natalidade, o facto de as mulheres da região de Torres Vedras, apesar de recorreram às consultas, não escolherem o CHO para o parto e optarem por Lisboa ou pelo privado e ainda dificuldades de preenchimento das escalas de obstetrícia”, explicou à agência Lusa o diretor clínico, António Curado, recordando a falta de obstetras no verão de 2017 e no natal de 2016.
Com a contratação para o quadro de vários especialistas, desde setembro que não há problemas de escalas, adiantou o responsável, para quem o eventual encerramento da maternidade “não está em cima da mesa, nem nunca foi colocado”.
O diretor clínico esclareceu que foram 1.209 bebés que nasceram em 2017 no CHO, contando com os partos de gémeos.
Em 2013, o serviço de ginecologia/obstetrícia e a maternidade, bem como a pediatria/neonatologia, fecharam no hospital de Torres Vedras e concentraram-se apenas no de Caldas da Rainha que, por sua vez, viu a ortopedia fechar para passar a existir apenas em Torres Vedras.
A escassez de médicos especialistas nessas valências e o menor número de partos a sul (1.288 em Caldas da Rainha e 739 em Torres Vedras em 2012) justificou a opção pela localização da maternidade.
Ainda de acordo com os dados da atividade assistencial, entre 2016 e 2017, em relação às cirurgias, o número aumentou de 7.027 para 7.155, a lista de espera diminuiu de 4.053 para 3.942 utentes e o tempo médio de espera passou de 193 para 161 dias.
As consultas de especialidade também subiram de 141.845 para 143.116. Contudo, decresceram as primeiras consultas, de 45.900 para 45.387, e aumentou de 15.182 para 18.880 o número de utentes em lista de espera.
“Há mais procura, porque antes não tínhamos consultas de urologia e passámos a ter”, justificou o diretor clínico.
Decresceram as idas às urgências, de 188.543 para 181.728, assim como o número de utentes internados, de 13.806 para 13.404, os dias de internamento, de 105.587 para 102.355, a taxa de ocupação no internamento, de 86,6% para 85,2%, a mortandade dos doentes internados, de 7,9 para 7,7%, e a lotação média mensal no internamento, de 333 para 329 doentes.
Os atendimentos de doentes oncológicos baixaram de 8.848 para 8.192, bem como as sessões de quimioterapia de 2.494 para 2.465 nos hospitais de dia de Caldas da Rainha e Torres Vedras, porque, segundo António Curado, “deixaram de fazer quimioterapia e passaram a fazer tratamento por via oral”.
O CHO, com hospitais em Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, serve 293 mil habitantes dos concelhos do Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Peniche, Torres Vedras e parte de Alcobaça e de Mafra.
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