Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, o CHUC explicou que este tratamento pioneiro inicia precisamente a 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental.

A estimulação magnética transcraniana é “um dos principais métodos físicos não invasivos, baseado na geração de um campo eletromagnético para modulação da resposta neuronal de determinada área cerebral”.

“O CRI de Psiquiatria do CHUC inicia a sua atividade assistencial implementando protocolos de estimulação magnética transcraniana em doentes com quadros clínicos crónicos e refratários de depressão major e na perturbação obsessivo-compulsiva, sendo a equipa do CRI de Psiquiatria pioneira nesta intervenção a nível nacional no Serviço Nacional de Saúde”, destacou.

De acordo com o CHUC, através desta técnica é possível estimular ou inibir regiões específicas do cérebro, constituindo “uma alternativa complementar no tratamento de algumas perturbações psiquiátricas e neurológicas que têm vindo a ser objeto de diversas investigações nas últimas décadas”.

“As técnicas de estimulação cerebral não invasivas promovem modificações na excitabilidade cortical (quer inibição, quer potenciação), modulam a atividade de redes neuronais e especialmente são promotoras de plasticidade neuronal, indicando o seu potencial efeito terapêutico, com uma vantagem face a outras metodologias que se realizada dentro dos parâmetros de segurança praticamente não possui efeitos adversos”, indicou.

Segundo alguns estudos, esta técnica traz mesmo “melhorias em termos de funcionamento cognitivo, para além dos efeitos terapêuticos na sintomatologia”.

“Os primeiros sinais inequívocos da utilidade clínica desta técnica surgiram em finais de 2008, com a aprovação da primeira terapia por TMS para a depressão por parte da Food and Drugs Administration (FDA), consolidada pelo mesmo organismo em 2009. Desde então, outras aprovações têm surgido, nomeadamente para o tratamento da perturbação obsessivo-compulsiva”, destacou.

Na nota de imprensa é ainda indicado que o investimento do CHUC, na aquisição desta tecnologia, “representa o compromisso do conselho de administração na saúde mental, na criação de projetos inovadores sinalizados pela direção do CRI de Psiquiatria e que permitam novas abordagens terapêuticas, sobretudo em patologias refratárias às terapêuticas convencionais”.