Em declarações aos jornalistas, o diretor geral de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), Filipe Henriques, adiantou que a empresa entrou no mercado de gás engarrafado em Lisboa, Santarém e Porto, em setembro, estando agora a preparar a distribuição em Setúbal e, no início do próximo ano, alargará a presença ao norte do país.

"Estamos a falar de um investimento que pode chegar aos 20 milhões de euros e o objetivo é ter a mesma quota de mercado que temos no mercado espanhol, o que não se faz de imediato. São anos de trabalho, mas pensamos que no futuro podemos obter uma quota de mercado entre 23 a 24%, que é o que temos em Espanha", declarou o responsável à margem da Convenção de Gás da Cepsa, em Lisboa.

Até ao final de 2019, a meta é ter entre 5 e 8% do mercado de entre 23 a 25 milhões de garrafas por ano em Portugal, sendo fonte de energia de cerca de 2,6 milhões de famílias sobretudo no interior do país.

Questionado sobre a forte presença do líder de mercado, a Galp, o responsável em Portugal da Cepsa desvalorizou, realçando que a empresa está habituada a "concorrer com incumbentes muito fortes".

"Em Espanha estamos a concorrer com uma empresa [a Gas Natural] que herdou todos os ativos do monopólio e que efetivamente tinha 100% do mercado. A Cepsa começou a comercializar as suas garrafas no ano 2000 e tem vindo a crescer a sua quota e a aumentar a sua zona de distribuição", declarou.

Para Filipe Henriques, a definição de preço máximo para o gás de botija, aprovada na generalidade no parlamento, em setembro, não é bem-vinda: "Esperamos que isso não venha a acontecer. Sofremos durante muitos anos em Espanha, o que limitou bastante a nossa atividade".

Em relação à diferença de preços entre Portugal e Espanha, com desvantagem para os consumidores portugueses, o diretor-geral do negócio de gás Cepsa realça que são "duas realidades e dois mundos diferentes", com custos diferentes, que faz com que "os preços não possam ser comparados".

Em 20 de setembro, os projetos de lei do PCP e do PAN, que propõem preços máximos para o gás de garrafa e canalizado, foram aprovados na generalidade, com abstenção do PSD e do PS e votos contra do CDS-PP.

Em causa estão o projeto de Lei n.º 582/XIII/2.ª, do PCP, que estabelece um sistema de preços máximos para o gás de garrafa e o gás canalizado e o projeto de Lei n.º 604/XIII/2.ª, do PAN, que vai no mesmo sentido, ao estabelecer um sistema de preços máximos no setor do gás comercializado em garrafa ou canalizado, butano ou propano.