O exército disse na quinta-feira que os resgatados na mais recente operação eram oriundos de 20 países, sobretudo China, Etiópia, Quénia, Filipinas, Malásia e Paquistão.

Mas a lista inclui também cidadãos de Taiwan, Brasil, Indonésia, Nepal, Uganda, Laos, Burundi, Tanzânia, Bangladesh, Camboja, Sri Lanka, Nigéria, Gana e Índia.

Os estrangeiros foram enviados através da fronteira do distrito de Myawaddy, em Myanmar, para a província de Tak, na Tailândia, na quarta-feira.

A imprensa tailandesa disse que uma milícia étnica de Myanmar que controla a área onde estavam detidos, o Exército Benevolente Democrático Karen, foi responsável por libertar os trabalhadores e levá-los até à fronteira.

O comunicado do exército referiu que as pessoas resgatadas serão interrogadas e, se forem consideradas vítimas de tráfico humano, entrarão num processo de proteção enquanto aguardam para serem enviadas de volta para os seus países.

O vice-primeiro-ministro Phumtham Wechayachai, que também é ministro da Defesa, disse na quarta-feira que pode haver muito mais trabalhadores retidos em Myanmar.

Mas sublinhou que a Tailândia só receberá aqueles que estiverem prontos para serem levados de volta imediatamente para o seu país de origem.

“Deixei claro que a Tailândia não vai montar outro abrigo”, disse, aos jornalistas, durante uma visita à província de Sa Kaeo, que faz fronteira com o Camboja.

A Tailândia alberga nove campos de refugiados ao longo da fronteira, acolhendo mais de 100 mil pessoas, a maioria da minoria étnica Karen de Myanmar.

Numa visita à China, no início de fevereiro, a primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, prometeu, juntamente com o líder chinês Xi Jinping, reprimir as redes de burla cibernética que assolam o Sudeste Asiático.

Em 05 de fevereiro, a Tailândia cortou a eletricidade em cinco pontos da fronteira com Myanmar, para combater centros de fraude cibernética em território birmanês, que nos últimos anos criaram problemas de segurança regional, com milhares de vítimas.

O corte no fornecimento de eletricidade surge também na sequência de um insólito pedido da junta militar de Myanmar – no poder após um golpe de Estado em fevereiro de 2021 – através de um editorial publicado nos meios de comunicação social oficiais, em que pede ajuda aos países vizinhos na luta contra estes grupos.

De acordo com os números apresentados no artigo, o regime birmanês deportou mais de 53 mil chineses envolvidos em centros de burla ‘online’ entre outubro de 2023 e o final de janeiro de 2024.