O corpo de José Eduardo dos Santos, que governou Angola de 1979 a 2017, chegou a Luanda no sábado passado, depois das autoridades judiciais decidirem entregar a guarda do corpo à viúva e mãe de três dos seus oito filhos, Ana Paula dos Santos.
O antigo chefe de Estado morreu em 08 de julho, com 79 anos, em Barcelona, Espanha, onde passou a maior parte do tempo nos últimos cinco anos, mas as exéquias só agora se vão realizar devido à disputa sobre a custódia do corpo entre duas fações da família de Eduardo dos Santos — a viúva e os três filhos mais novos, apoiados pelo regime angolano, contra os cinco filhos mais velhos.
A Praça da República, onde se encontra o monumento fúnebre do primeiro presidente angolano, no Memorial António Agostinho Neto, foi novamente escolhida para as cerimónias fúnebres, depois de ter acolhido um velório público sem corpo logo após a morte de José Eduardo dos Santos, durante um luto nacional de sete dias.
Em declarações aos jornalistas, o ministro da Administração do Território e porta-voz da comissão encarregue de elaborar o programa das exéquias, Marcy Lopes, adiantou que a partir de sábado poderão ser feitas homenagens públicas na Praça da República.
A urna sairá de manhã cedo da residência familiar no Miramar, em Luanda, com honras militares reduzidas, dirigindo-se em cortejo fúnebre para a Praça da República.
No domingo haverá honras militares num programa que inclui música lírica, leitura de mensagens do estado angolano e da família, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), da Fundação José Eduardo Santos e leitura do elogio fúnebre, bem como um culto ecuménico, acompanhado de grupos corais.
Após um momento de saudação e deposição de coroa de flores por parte do Presidente da República, segue-se a saída da urna com honras militares e início do cortejo fúnebre para o jazigo onde haverá uma cerimónia restrita, com representantes de governos estrangeiros.
Entre os convidados estão 21 delegações de alto nível, incluindo os Presidentes de Portugal, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, República Democrática do Congo, República do Congo, Zimbabué e África do Sul, bem como representantes de Ruanda, Guiné Equatorial, Gabão, Namíbia, Timor-Leste e Zâmbia.
Serão ainda ouvidas 21 salvas de canhões, realizando-se um sobrevoo honorífico de aeronaves e manobras da Marinha angolana na baía da Chicala, sendo as cerimónias concluídas com a deposição da urna no jazigo com uma oração.
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