Os sociais democratas requereram ao presidente da comissão, o deputado Luís Leite Ramos, uma audição "com caráter de urgência" ao ex-administrador do BCP Filipe Pinhal, "tendo em conta as declarações públicas do comendador José [Joe] Berardo" na sexta-feira.
Na sua audição na semana passada, o empresário Joe Berardo "afirmou que foi o então administrador do BCP, Filipe Pinhal, que lhe sugeriu fazer um crédito na Caixa, já que o próprio BCP não podia financiar compra de ações suas, e que foi o próprio Filipe Pinhal que fez o primeiro contacto com a Caixa", lê-se no requerimento do PSD.
Já o CDS-PP pediu ao Ministério da Cultura "o envio imediato de toda a correspondência que falta entregar no âmbito do anterior requerimento", ou seja, "com a Associação Coleção Berardo, Fundação José Berardo, Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo, José Manuel Rodrigues Berardo e André Luiz Gomes [advogado de Berardo]".
Os centristas pedem ainda à Associação Coleção Berardo "o envio de todas as atas de assembleias gerais e anexos, a lista de presenças nas respetivas assembleias gerais, os estatutos atuais e todas as versões anteriores, a lista de associados (em todas as qualidades) e detentores de títulos de participação, anual, de 2009 até à última assembleia geral".
À Associação Coleção Berardo, o CDS-PP pede também "relatórios de atividades e contas desde 2009, estrutura de participação antes e depois do aumento de capital mencionado por José Berardo (incluindo montantes e datas)", bem como "os autos do processo referido na audição".
O CDS-PP pede ainda "à Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo nomes dos órgãos sociais, desde o início até hoje".
Segundo Joe Berardo, que esteve no parlamento na sexta-feira, os títulos da Associação Coleção Berardo, que foram entregues aos bancos como garantia de empréstimos, que valiam 75% da associação, perderam valor num aumento de capital feito posteriormente.
Da audição não se compreendeu quanto é que, de momento, os bancos credores detêm na Associação Coleção Berardo.
A deputada do CDS-PP Cecília Meireles confrontou Berardo com a informação de que houve uma assembleia-geral em 2016 da Associação Coleção Berardo para alteração de estatutos que não contou com a presença dos bancos credores.
Questionado pela deputada por que não convocou para essa reunião as instituições financeiras, Berardo disse, então, que não tinha de o fazer e remeteu para uma ordem do tribunal de Lisboa.
Cecília Meireles considerou então que o empresário deu uma garantia pelos empréstimos, mas depois usou estratégias para que a garantia não pudesse ser usada.
“O meu dever é proteger a coleção”, respondeu Berardo.
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