"Para o CDS, um membro do Governo vir ao parlamento, a uma comissão de inquérito, e mentir, não é uma trica, é algo muito sério, é grave", afirmou Assunção Cristas, em referência às declarações do primeiro-ministro, António Costa, que acusou PSD e CDS de se dedicarem às "tricas".

A líder centrista disse que o partido continuará "a trabalhar para que toda a verdade seja conhecida, venha ao de cima", e, nesse sentido, requereu que "seja fornecida mais informação sobre comunicações, quaisquer que elas sejam, nomeadamente, através de SMS (mensagens de telemóvel), entre os protagonistas desta história".

Assunção Cristas falava aos jornalistas após participar numa conferência no Conselho Nacional de Juventude, em Lisboa.

"Exigimos que seja reposta a verdade, que ela seja do conhecimento de todos os portugueses. Creio que, neste momento, os portugueses já perceberam bem do que se está a tratar", declarou.

"O Governo, se está preocupado com os reais problemas do país, deveria ter dito a verdade no parlamento, e deveria, neste momento, caso não o tivesse feito, aproveitar esta oportunidade para a repor", sublinhou.

A presidente centrista defendeu que "é isso que se espera de um Governo consequente, de um Governo sério, que respeita os portugueses e que, sobretudo, tem uma relação saudável com a verdade".

"Lamentavelmente, está à vista de todos, não é o caso deste Governo", declarou.

Para a líder do CDS-PP, é já em si relevante que, ao mesmo requerimento dos centristas pedindo troca de comunicações, o Ministério das Finanças tenha respondido que não havia informação a reportar e António Domingues tenha respondido pelo "envio de muita correspondência".

O CDS-PP entregou hoje um requerimento na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos pedindo que o ministério das Finanças e o gestor António Domingues esclareçam se houve troca de SMS ou outras comunicações sobre o banco público.

Os centristas, coordenados por João Almeida na comissão parlamentar, querem saber se "houve comunicação, por SMS ou por outra via, entre o Ministério das Finanças e o dr. António Domingues" após o convite feito ao então quadro do BPI, no final de março.

Em causa, diz o CDS-PP, estão as "condições colocadas para a aceitação dos convites para a nova administração da CGD [Caixa Geral de Depósitos]", nomeadamente a questão do eventual compromisso para dispensar os ex-gestores de entregarem a declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional.

Ao final da manhã, o primeiro-ministro, António Costa, reafirmou a sua confiança no ministro das Finanças, acusado de mentir no inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos, e lamentou que PSD e o CDS-PP se dediquem "às tricas".

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