Esta posição foi assumida num encontro que a central sindical promoveu, em Lisboa, para debater a 'Importância estratégica do Setor Empresarial do Estado e a luta contra as privatizações'.

"Ao longo deste dia de debate confirmou-se que as privatizações trouxeram problemas acrescidos aos trabalhadores das empresas em causa, que perderam direitos e condições de trabalho, os serviços prestados à população pioraram e os Estado ficou refém de setores essenciais, como os combustíveis, a energia e parte dos transportes", disse à agência Lusa o secretário geral da CGTP, Arménio Carlos.

Segundo o sindicalista, as privatizações também acentuaram as desigualdades entre o interior do país e o litoral, com a redução da oferta de serviços essenciais no interior.

"Por tudo isto é fundamental, no presente e no futuro, apostar nos serviços públicos. O que implica que o Estado invista de facto na sua melhoria", afirmou.

Arménio Carlos salientou o caso dos transportes públicos, defendendo a necessidade de investimento suficiente para responder às necessidades dos utentes.

As duas centenas de sindicalistas que participaram no encontro tiveram como base de discussão um documento elaborado pela CGTP, que defende a melhoria quantitativa e qualitativa dos serviços prestados pelas empresas do Estado e reivindica a recuperação para o setor público das telecomunicações e correios, transportes, setor energético, água e saneamento.

Neste âmbito, a Intersindical considera que o setor financeiro também deve fazer parte do setor público, para que a política de crédito seja colocada ao serviço do desenvolvimento nacional.

No mesmo documento considera determinante que permaneçam na alçada do Estado as telecomunicações e o serviço postal e os transportes e comunicações, para a mobilidade da população e para o desenvolvimento da indústria e da produção nacional.

A recuperação do setor energético e da água e saneamento para a esfera pública é também reivindicada, para reduzir os preços pagos pelas famílias e pelas empresas.

A central sindical reivindica ainda "o reforço e recuperação das indústrias de defesa, como parte fundamental da soberania e defesa nacionais".

Assim como a recuperação das indústrias siderúrgica, química de base, cimenteira, reparação naval e de construção de comboios.

Segundo Arménio Carlos, o debate de hoje permitiu avaliar "o impacto negativo das privatizações e elaborar propostas para melhorar o Setor Empresarial do Estado, que serão entregues aos partidos políticos com o objetivo de que venham a ser incluídas nos seus programas eleitorais".