Em entrevista ao Jornal de Negócios, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, diz que os compromissos assinados entre o Governo e o PCP e o Bloco de Esquerda (BE) eram mínimos “porque não consideravam uma série de matérias fundamentais”. “Neste momento, em que os compromissos estão praticamente esgotados relativamente aos documentos que foram subscritos, entramos numa nova fase”, afirmou Arménio Carlos, defendendo que o processo “tem de ser evolutivo e procurar ir mais longe”.
Questionado sobre se defende a revisão dos acordos com o BE e o PCP, Arménio Carlos refere que o que é preciso “é haver entendimento sobre matérias muito concretas para que essas matérias possam ser consideradas e possam evoluir”.
O secretário-geral da CGTP acrescenta que é desejável um entendimento prévio nestas matérias, frisando que “não há da parte do Governo o tal sinal de um passo em frente em matérias fundamentais”.
Defende que chegou o momento de os partidos “darem o salto significativo” na mudança de políticas, “procurando responder ao que são as necessidades dos trabalhadores e da população”.
“E isso pode e deve fazer-se através de um conjunto de medidas suscetíveis de responderem, nomeadamente na área laboral e social. E se não tivermos respostas mais claras e inequívocas da parte do Governo, isso que dizer que as coisas se vão complicar”, sublinhou.
Sobre se para se evoluir seria necessário negociar outras matérias e inclui-las num novo acordo, o sindicalista responde: “É uma matéria reservada aos partidos. Eles é que terão de decidir se seguem esse caminho ou não. Por nós, por esse caminho ou por outro, tem de haver uma evolução”.
Já em relação à substituição da redução da Taxa Social Única (TSU) pela redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) e questionado sobre se com essa alternativa a CGTP assinava o acordo de concertação social, Arménio Carlos adianta que “o problema de fundo está no conteúdo do acordo” e considera esta alteração “uma adenda”, apesar de reconhecer que é uma medida que “não se compara”.
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