A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional da Intersindical, que se reuniu no salão da Voz do Operário, em Lisboa, para garantir as necessárias condições de distanciamento social, face a atual condição da pandemia da covid-19.
"Tendo em conta a disponibilidade para a luta manifestada pelos trabalhadores em dezembro, e o facto de o Governo não estar a defender os interesses dos trabalhadores como devia, o Conselho Nacional decidiu convocar para o dia 25 de fevereiro, um dia de luta nacional descentralizado, com greves, paralisações e ações em todos os setores, com o lema 'Salários, emprego, direitos. Confiança, determinação e luta por um Portugal com futuro', fazendo convergir a luta dos trabalhadores em concentrações e manifestações em todos os distritos e regiões autónomas", disse à agência Lusa a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.
A CGTP promoveu entre 7 e 11 de dezembro uma semana nacional de luta descentralizada pelos mesmos motivos.
"Vamos ter certamente uma grande ação de luta em fevereiro para exigir respostas para os problemas dos trabalhadores e do país, para exigir respeito pela contratação coletiva e até lá vamos intensificar a nossa ação nos locais de trabalho para garantir os salários, os empregos e os diretos nesta nova fase de confinamento", afirmou Isabel Camarinha.
Segundo a sindicalista, as estruturas sindicais da CGTP estão "preparadas para dar resposta de imediato às tentativas de atropelos aso direitos dos trabalhadores nesta nova fase de restrições".
"Continuaremos a lutar contra os despedimentos coletivos que estão em curso em empresas que usufruíram do 'lay-off' simplificado, contra o despedimento de trabalhadores temporários e contra a falta de proteção dos trabalhadores independentes", disse a líder da Intersindical, lembrando que "os apoios não chegaram a todos os trabalhadores ou foram diminutos, nomeadamente no setor da cultura, empurrando muitos profissionais para a pobreza".
Isabel Camarinha defendeu que "o Governo tem de alterar as suas opções, deixando de apoiar empresas que não precisam para apoiar trabalhadores que estão sem qualquer proteção e milhares de micro e pequenas empresas que estão aflitas e vão ter de encerrar de novo devido ao confinamento".
O Conselho Nacional da Inter aprovou também uma resolução sobre eleições para Presidente da República que se realizam a 24 de janeiro.
No documento a CGTP afirmou que estas eleições se realizam "num momento particularmente exigente da vida nacional" e defendeu que "os próximos cinco anos exigem a eleição para Presidente da República de quem se compromete com um novo rumo para o país".
"O atual Presidente da República não assumiu, nem assume, a valorização do trabalho e dos trabalhadores. Foi assim nas alterações à legislação laboral que o PR promulgou apesar de ter consciência da ainda maior fragilização que estas imporiam a milhares de trabalhadores e de aprofundarem ainda mais a precariedade e a exploração, nomeadamente dos jovens, o que agora se confirmou, ou mesmo na discussão da Lei de Bases da Saúde, em que o PR defendeu os grupos monopolistas que fazem da saúde um negócio", considerou.
Segundo a CGTP, "o país precisa na Presidência da República de quem valorize o trabalho e os trabalhadores e afirme os valores de Abril, defenda, cumpra e faça cumprir a Constituição da República, garanta a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas; assegure o respeito pelos direitos, liberdades e garantias; garanta os princípios constitucionais do direito ao trabalho com direitos".
"No próximo dia 24 de janeiro os trabalhadores afirmarão, como até aqui, a sua coragem e confiança na luta e o seu voto será determinante para dar força à derrota de projetos antidemocráticos bem como à política de direita, para afirmar o caminho necessário para o País", prometeu a central sindical.
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