“Já houve algumas situações de evacuação de alguns montes, por precaução, mas tudo foi tranquilo e decorreu de forma ordeira” e, agora, “estamos a acompanhar a operação de combate às chamas”, disse à agência Lusa o autarca de Odemira, José Alberto Guerreiro.
Segundo o presidente da Câmara Municipal, o fogo “está com uma frente muito alongada”, sobretudo devido “ao vento forte”.
“Nesta altura [pouco depois das 17:00], esta frente do fogo deverá ter mais de cinco quilómetros” de extensão e “está tocada a vento para o lado sudeste, ou seja, de Espanha”, acrescentou.
Contudo, o autarca referiu que este incêndio, numa zona “entre o Alentejo e o Algarve”, está “a evoluir de forma imprevisível”, por causa do “vento forte”.
“Este vento é que está a fazê-lo andar muito rapidamente. Há muito vento”, frisou.
Segundo José Alberto Guerreiro, “só a mudança do vento, que se espera para o final da tarde, é que pode dar alguma fraqueza para que os meios aéreos o consigam combater”.
As chamas, que lavram em mato e povoamento florestal misto, têm destruído “sobretudo pinheiros e montado de sobro”, assim como “alguns eucaliptos”.
“Mesmo com esse tipo de floresta, está a evoluir, porque o vento neste vale, entre o Alentejo e o Algarve, é muito forte”, sublinhou.
O autarca disse também que, no terreno, há “dificuldades para a coordenação dos meios” de combate e criticou as operadoras pela má rede de comunicações nesta área.
“Outro dos grande lamentos que deixo é o facto de, ao fim de tantos anos passados sobre o grande incêndio que tivemos em 2003 e de tantas insistências que temos feito com as operadoras, ainda não tenhamos comunicações em condições, o que torna mais difícil a coordenação dos meios terrestres”, afirmou.
De acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional e Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 17:20, o incêndio estava a ser combatido por 260 operacionais, apoiados por 75 viaturas e nove meios aéreos.
Os bombeiros receberam, às 13:14, o alerta para o fogo, que eclodiu perto do lugar de João Martins, na freguesia de Sabóia, no concelho de Odemira.
Fonte da ANEPC disse à Lusa que o incêndio tem duas frentes ativas e está a consumir mato e povoamento florestal misto, nomeadamente eucaliptos, pinheiros e sobreiros.
Por volta das 15:15, ou seja, cerca de uma hora depois de ter deflagrado, já se encontravam no local 176 operacionais, apoiados por 44 veículos e 11 meios aéreos.
Os 260 operacionais que agora estão no terreno estão “a fazer o combate direto ao incêndio, com meios terrestres e aéreos”, mas também “continuam em proteção às habitações dispersas” na zona, disse a mesma fonte.
A operação de combate envolve meios dos bombeiros e da Força Especial de Proteção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
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