“Apelamos à Comissão Eleitoral Central e a outras autoridades competentes para que cumpram o seu dever de investigar rapidamente, de forma transparente e independente, e para que se pronunciem sobre as irregularidades e alegações eleitorais”, escreveu Louis Michel na rede social X, referindo-se a uma avaliação preliminar efetuada por observadores eleitorais internacionais.

“Estas alegadas irregularidades devem ser seriamente esclarecidas e tratadas”, continuou.

Os líderes dos 27 Estados-Membros da União Europeia (UE) irão “avaliar a situação e determinar os próximos passos” nas relações com a Geórgia na sua reunião em Budapeste, no início do próximo mês, sublinhou Louis Michel.

A União Europeia tinha alertado para o facto de as hipóteses de a Geórgia vir um dia a aderir dependerem das eleições realizadas no sábado nesta antiga república soviética de cerca de quatro milhões de habitantes.

A oposição considera que a previsível vitória do partido no poder, Sonho Georgiano, irá aproximar a Geórgia de Moscovo e afastá-la da adesão à UE, um objetivo tão importante para uma grande parte da população que está consagrado na Constituição.

Hoje, os observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), da NATO e da UE afirmaram que as eleições legislativas do país foram “marcadas por desigualdades [entre candidatos], pressões e tensões”.

Em Tbilissi, a Presidente da Geórgia, Salomé Zourabichvili, colocou-se hoje ao lado da oposição ao afirmar que o seu país foi vítima de uma “operação especial” russa.

Zourabichvili apelou aos georgianos para que se manifestassem às 19:00 de segunda-feira (15:00 em Lisboa) na rua principal da capital para protestar contra o resultado, que considerou ser uma “falsificação total, um roubo total”.

A Comissão Eleitoral Central declarou hoje que o Sonho Georgiano obteve 54,8% dos votos, quando estão praticamente escrutinados 100% dos boletins de voto.