O encontro, que teve início pouco depois da meia-noite (22:00 de terça-feira em Lisboa), em Jeddah, e durou uma hora e 40 minutos, encontrou vários pontos “de convergência (…) reconhecendo, ao mesmo tempo, divergências”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) um responsável norte-americano.
Numa “conversa aberta e sincera”, Antony Blinken levantou com Mohammed bin Salman a questão dos direitos humanos “em geral e sobre questões específicas”, disse o responsável, que pediu para não ser identificado.
Os dois dirigentes “discutiram uma possível normalização das relações [da Arábia Saudita] com Israel e concordaram em continuar o diálogo a esse respeito”, acrescentou.
Os Acordos de Abraão, iniciados pelo ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, permitiram que vários países árabes normalizassem as relações com o Estado judaico.
Mas Riade condiciona qualquer normalização ao reconhecimento de um Estado palestiniano e exige também garantias de segurança por parte dos EUA.
As conversações também se concentraram no conflito no Sudão onde os EUA e a Arábia Saudita têm servido de mediadores, mas sem conseguirem impor várias tréguas entre os generais rivais.
Os EUA disseram estarem prontos para retomar as negociações em Jeddah, com enviados dos dois lados, se ambos “forem sérios” no compromisso de respeitar o cessar-fogo, que ajudaria a fornecer ajuda humanitária.
Num comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse que Blinken e Bin Salman reafirmaram o “compromisso com a estabilidade, segurança e prosperidade em todo o Médio Oriente e além”, incluindo o fim do conflito no Iémen.
O Iémen, o país mais pobre da Península Arábica e devastado por anos de guerra, tem desfrutado de um período de calma desde uma trégua negociada pela ONU em abril de 2022.
Desde 2015 que a Arábia Saudita lidera uma coligação militar no vizinho Iémen para apoiar as forças pró-governamentais contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
Blinken “também sublinhou” que o relacionamento bilateral “é fortalecido pelo progresso nos direitos humanos”, acrescentou Matthew Miller.
As relações entre Washington e Riade são notoriamente complicadas, sobretudo desde o assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018, por agentes sauditas em Istambul.
Por outro lado, o Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu “um reexame” das relações com Riade, na sequência da decisão do reino, em outubro passado, de reduzir a produção de petróleo.
Comentários