Numa entrevista à agência espanhola Efe, no palácio da Moncloa, Rajoy pediu ao presidente da Generalitat (governo catalão) que volte à legalidade e que exclua "o mais rapidamente possível" o seu projeto de declaração unilateral de independência, porque é "a melhor solução" para evitar "maiores males".

Na noite de quarta-feira, Puigdemont insistiu que não vai renunciar à independência da Catalunha, embora tenha também reclamado uma mediação entre a causa catalã e o governo de Espanha.

"A melhor solução, e acho que todos nós concordamos, é o retorno à legalidade, que é que todas aquelas pessoas e governantes que decidiram por sua própria conta e risco liquidar a lei e colocar-se fora dela, retornem à legalidade", disse Rajoy.

Para o presidente do governo, este retorno à legalidade também deve "suprimir" o projeto para fazer uma declaração unilateral de independência e cumprir, "como todos os cidadãos fazem", os preceitos legais.

"Isso é o que pode evitar que grandes males ocorram no futuro e é isso que a sociedade, os editoriais dos ‘media’, os empresários, os sindicatos e milhões de catalães estão a pedir", afirmou.

Assegurando que, perante a situação na Catalunha, fará "o que pensa que deve fazer, o que acha melhor para a Espanha e no momento que pareça mais apropriado", Rajoy mostrou-se convencido de que esta situação será superada.

O governante lembrou que a Espanha viveu ao longo de sua história tempos "muito difíceis", que sempre foi capaz de superar, como a recente crise económico-financeira.

O chefe do governo lembrou que naquela época muitas pessoas lhe disseram o que ele tinha que fazer e que ele deveria pedir o resgate.

"Naquele momento, fiz o que pensava que deveria fazer e, agora, porque é minha obrigação e porque sou o presidente do governo da Espanha, farei o que eu acho que devo fazer, o que eu acho melhor para a Espanha e no momento que me pareça mais apropriado", salientou.

“Vou ouvir todos, mas a decisão pertence-me”, acrescentou.

A liderança do PSOE enviou hoje uma carta, assinada pelo secretário-geral, Pedro Sánchez, na qual convoca aos membros do Comité Federal, da Comissão Executiva Federal e do Conselho Político Federal do partido para uma reunião "iminente", ainda não datada, perante a grave crise política na Catalunha.