“Concluímos que realmente os partidos do sistema que têm governado o país e a região, PS e PSD nomeadamente, tudo prometem em épocas eleitorais, mas a verdade é que depois, quando têm o exercício do poder nas suas mãos, como têm tido durante os últimos 50 anos, nada fazem por estas profissões e por estes profissionais”, disse o candidato.

Miguel Castro falava após uma reunião com representantes do Sindicato dos Bombeiros Sapadores, no Funchal, no âmbito de campanha eleitoral de 26 de maio na Madeira.

De acordo com o cabeça de lista, também líder do partido na região, os sapadores queixam-se de a tabela salarial não ser revista há 22 anos e de a profissão não estar classificada como sendo de risco e desgaste rápido, situação que considerou “lamentável”.

“Nós, obviamente, que tudo iremos fazer tanto a nível regional como a nível nacional para classificar e para rever tanto a carreira destes profissionais como depois classificar esta profissão como uma profissão de risco e de desgaste rápido”, afirmou, sublinhando que “o Chega tem sempre uma ligação muito forte às forças de segurança e também aos bombeiros”.

Miguel Castro diz que o partido já preparou diplomas para apresentar no parlamento regional, onde está representado com quatro deputados, e também na Assembleia da República, onde o grupo parlamentar conta com um representante eleito pelo círculo da Madeira.

“A profissão de bombeiro tem sido de alguma forma secundarizada e, no fundo, o poder político só se lembra do bombeiro quando a casa está a arder, quando o fogo existe”, disse.

A candidatura do Chega defende também a equiparação dos salários entre os bombeiros sapadores e os voluntários, considerando que estes auferem salários inferiores, apesar de “fazerem as mesmas coisas no terreno quando a situação o exige”.

“Há uma disparidade salarial muito grande que nós também vamos levar à Assembleia Legislativa Regional, no sentido de uma harmonização entre as tabelas salariais”, afirmou Miguel Castro, que é também líder do grupo parlamentar do Chega na região autónoma.

As legislativas da Madeira decorrem em 26 de maio, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.