“A China apoia este projeto de resolução e felicita a Argélia e os outros países árabes pelo seu trabalho árduo nesta matéria”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.
“Esperamos que o Conselho de Segurança o aprove o mais rapidamente possível e envie um sinal forte para a cessação das hostilidades”, acrescentou.
A votação, que estava prevista para sábado, foi adiada para hoje, numa tentativa de evitar novo fracasso.
Na sexta-feira, a Rússia e a China vetaram um projeto de resolução dos Estados Unidos que sublinhava a “necessidade” de um “cessar-fogo imediato” em Gaza, no âmbito das negociações para a libertação dos reféns capturados durante o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, a 07 de outubro, em que morreram cerca de 1.200 pessoas e foram raptadas mais de duas centenas.
Alguns observadores viram nisto uma mudança substancial na posição de Washington, que está sob pressão para limitar o seu apoio a Israel. Até então, os Estados Unidos tinham-se oposto sistematicamente ao termo “cessar-fogo” nas resoluções da ONU, tendo bloqueado três textos desse tipo.
Mas a proposta norte-americano não apelava explicitamente a um cessar-fogo imediato, utilizando uma redação considerada ambígua pelos países árabes, pela China e pela Rússia, que denunciaram o “espetáculo hipócrita” dos Estados Unidos enquanto Gaza é “virtualmente varrida do mapa”.
“Se os Estados Unidos estão a falar a sério sobre um cessar-fogo, então votem a favor do outro projeto”, disse o embaixador chinês na ONU, Jun Zhang.
Oito dos dez membros não permanentes do Conselho de Segurança (Argélia, Malta, Moçambique, Guiana, Eslovénia, Serra Leoa, Suíça e Equador) elaboraram um novo projeto de resolução, que será hoje submetido a votação.
A última versão, apoiada pelo grupo árabe, “exige um cessar-fogo humanitário imediato durante o mês do Ramadão (…), que conduza a um cessar-fogo duradouro”, enquanto a ofensiva israelita em Gaza já causou mais de 32.000 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
No projeto de texto apela-se também à libertação incondicional dos reféns e à eliminação de “todos os obstáculos” à ajuda humanitária.
“Este projeto de texto adota uma posição clara, exigindo um cessar-fogo e a extensão da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, o que corresponde à orientação correta das ações do Conselho de Segurança”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa.
“Atualmente, o conflito em Gaza está a arrastar-se e a provocar uma crise humanitária, pelo que a comunidade internacional espera que o Conselho de Segurança cumpra os seus deveres na prática e de forma abrangente”, acrescentou.
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