“Penso que o Governo de Hong Kong está a fazer todos os esforços para manter a situação sob controlo, mas se a situação sair de controle, o Governo central certamente não ficará sem fazer nada”, disse o diplomata, acrescentando que a China tem “suficiente determinação e poder para pôr fim ao levante”.
As manifestações em Hong Kong, que já duram há mais de cinco meses, atingiram na semana passada uma fase mais radical e violenta e a preocupação, neste momento, é sobre a possibilidade de intervenção chinesa para resolver esta crise política sem precedentes.
Hoje, centenas de manifestantes estavam entrincheirados no campus universitário e cercados pela polícia.
No sábado, soldados chineses da guarnição local do Exército de Libertação Popular saíram às ruas para remover barricadas, uma aparição extremamente rara e altamente simbólica.
“Eles (soldados) estão lá para mostrar a soberania chinesa e com objetivo de defesa”, disse o embaixador chinês, durante a conferência de imprensa em Londres.
O diplomata alertou também contra qualquer “interferência” estrangeira em Hong Kong, designadamente do Reino Unido, a antiga potência colonial, e dos Estados Unidos.
“Gostaríamos de dizer a essas forças externas que o Governo chinês continua determinado (…) a opor-se a qualquer interferência externa nos assuntos de Hong Kong”, acrescentou.
Essas declarações foram feitas após o Reino Unido, através de um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, se mostrar hoje “extremamente preocupado com a escalada da violência por parte dos manifestantes e das autoridades em redor do campus” da Universidade de Hong Kong.
“É vital que os feridos recebam o tratamento médico apropriado e que uma passagem segura seja posta em prática para aqueles que desejem deixar a área”, disse um porta-voz britânico num comunicado, quando centenas de manifestantes de Hong Kong interromperam hoje pelo campus e foram cercados pela polícia.
O porta-voz da diplomacia britânica pediu que “a violência cesse e que as partes tenham um diálogo construtivo”.
Para o embaixador chinês em Londres, os manifestantes pretendem desestabilizar Hong Kong para “tomar o poder”.
Hong Kong está a “entrar num abismo”, disse o diplomata, acrescentando que se a violência continuar, “o futuro será terrível”.
A conferência de imprensa do embaixador ocorreu alguns dias depois que a ministra da Justiça de Hong Kong, Teresa Cheng, ter sido atacada na noite de quinta-feira por manifestantes que apoiam o movimento pró-democracia de Hong Kong, provocando a ira de Pequim.
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