O Governo chinês não gostou de saber que o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, reunira em Berlim, segunda-feira, com o ativista Joshua Wong, que está a procurar apoio internacional para o movimento pró-democracia, que se tem manifestado nos últimos meses nas ruas de Hong Kong.
“Este incidente terá um impacto muito negativo nas relações bilaterais” entre a China e a Alemanha, disse o embaixador chinês em Berlim, Wu Ken, para explicar as razões da convocação, pelo seu Governo, do embaixador alemão em Pequim.
“Exprimimos a nossa grande deceção (…) e protestamos veementemente contra este incidente”, esclareceu Wu Ken, durante uma conferência de imprensa, em Berlim.
Joshua Wong, de 22 anos, está a fazer uma digressão internacional, que incluiu uma visita a Berlim, onde se encontrou com vários políticos, antes de partir para os Estados Unidos.
O ativista colocou uma foto nas redes sociais ilustrando a sua conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, na segunda-feira, durante uma festa organizada pelo jornal diário Bild, esclarecendo que discutiu com ele a questão das manifestações e a “luta por eleições livres e justas” em Hong Kong.
O episódio provocou a ira de Pequim, que considerou inaceitável que “alguns ‘media’ e políticos alemães tentem aumentar a sua visibilidade usando ativistas anti-China”.
Hong Kong, uma ex-colónia britânica devolvida à China em 1997, tem sido palco de manifestações de ativistas que protestam contra o governo local, reivindicando mais democracia e autonomia para a região.
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