Em declarações aos jornalistas, num hotel de Xangai, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a posição chinesa em relação à ação do secretário-geral das Nações Unidas: "Isso em termos de futuro, nós consideramos um sinal muito, muito claro, e muito impressivo".

O chefe de Estado expressou também satisfação com as palavras de "empenho numa Europa unida e forte, não dividida, não enfraquecida, fundamental para a balança de poderes mundiais", tendo como orientação "não fazer acordos de comércio internacional à custa da Europa".

"Temos lutado por isso e é bom ouvir da parte chinesa essa preocupação", disse.

"Outro aspeto muito positivo é que partimos cada qual de nós da diversidade dos sistemas que temos, cada qual gostando do sistema que tem, e Portugal gostando do sistema constitucional e jurídico e político que tem, mas procurando aquilo que pode e deve ser objeto de cooperação bilateral e multilateral", considerou.

Marcelo Rebelo de Sousa relatou que no encontro de hoje com o Presidente chinês, no Grande Palácio do Povo, em Pequim, "falou-se muito do mundo", incluindo de "tópicos fundamentais" não só como a União Europeia, mas também da "aposta conjunta na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)".

"E o terceiro [tópico], que para nós nos diz muito, que é o apoio claro, determinado, ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres", acrescentou.

Segundo o chefe de Estado, Portugal e a China estão em consonância nesta matéria, ambos têm "uma opinião muito favorável do desempenho do secretário-geral das Nações Unidas, numa situação internacional muito sensível, com focos que aparecem um pouco por todo o lado e a que é preciso acorrer".

A China "está claramente determinada a apoiá-lo no exercício das suas funções", frisou.

Interrogado sobre um eventual segundo mandato de António Guterres como como secretário-geral das Nações Unidas, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "o mandato vai a meio" e que "é prematuro estar a falar de outros mandatos".

"Agora, há uma vontade muito determinada e há o reconhecimento do mérito da atuação de António Guterres, e isso em termos de futuro, nós consideramos um sinal muito, muito claro, e muito impressivo", reforçou.

(Notícia atualizada às 20h16)