O Ministério russo do Interior informou que os computadores, com sistema operativo Windows, foram atacados, num cibertaque que, segundo a empresa russa de segurança Kaspersky, atingiu pelo menos 74 países e provocou mais de 45 mil incidentes.
A Rússia terá sido o país com maior número de ataques, enquanto em Espanha e no Reino Unido foi afectado o funcionamento de empresas estatais e hospitais, mas sem atingir, até ao momento, infraestruturas estratégicas. Há indicações também de ataques na India e Ucrânia, assim como em Portugal.
"Ransomware foi o (vírus) utilizado nos massivos ataques perpetrados por todo o mundo", acrescentou a empresa, numa referência à variação do popular vírus "WannaCry".
Costin Raiu, um dos dirigentes da empresa, revelou que a mensagem que acompanha o ciberataque está escrito em romeno, que caraterizou como “muito bom”, mas não o suficiente para ser escrito por um nativo da língua.
"O mesmo ocorreu no caso do espanhol”, acrescentou o responsável, numa alusão a que a escolha do idioma será uma manobra para despistar.
Kaspersky informou que o ‘software’ malicioso foi identificado como MEM:Trojan.Win.64.EquationDrug.gen e que ao ser descarregado codifica os dados.
O passo seguinte deste ‘malware’ é bloquear o funcionamento dos computadores e solicitar um resgate, maioritariamente numa moeda eletrónica, sob ameaça de apagar os ficheiros encriptados.
A empresa referiu que o ataque ocorreu através de um sistema de propagação que utiliza uma vulnerabilidade detectada na Microsoft, pelo que deve ser instalado uma ferramenta.
Em Portugal, a empresa de energia EDP cortou os acessos à Internet da sua rede para prevenir eventuais ataques informáticos e garantiu que não foi registado qualquer problema, já a Portugal Telecom alertou os seus clientes para o vírus perigoso ('malware') a circular na Internet, pedindo aos utilizadores que tenham cautela na navegação na rede e na abertura de anexos no ‘email’.
O BCP informou estar a normalizar a sua operação, depois de alguns clientes se terem queixado de problemas na realização de operações, na sequência de medidas preventivas tomadas pelo banco para evitar um ataque informático.
A Polícia Judiciária e o Ministério Público informaram estar a acompanhar a situação.
No Reino Unido foram reportados importantes problemas informáticos em Hospitais do serviço nacional de saúde.
Em Espanha, a multinacional de telecomunicações Telefónica foi obrigada a desligar os computadores da sua sede em Madrid, depois de detetar um vírus informático que bloqueou alguns equipamentos.
Este tipo de vírus surge habitualmente por correio eletrónico de "origem desconhecida", com um documento em anexo e que o utilizador abre, por engano.
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