“A ENISA tem tido conhecimento dos recentes incidentes que afetaram Portugal e tem acompanhado de perto a situação com a rede das Equipas de Resposta a Incidentes de Segurança Informática [CSIRT]. A ENISA está empenhada na cooperação operacional ao nível da União Europeia e fornece apoio administrativo a esta rede”, indica a agência comunitária em resposta escrita enviada à Lusa.

Numa altura de ciberataques consecutivos a entidades portuguesas, como a operadora Vodafone, os grupos de media Impresa e Cofina e os laboratórios Germano de Sousa, a ENISA explica que tem “estado em contacto com a Equipa de Resposta Informática de Emergência de Portugal que é membro da rede europeia”.

“A rede CSIRT fornece uma plataforma para os membros cooperarem, trocarem informações e construírem confiança. Graças à rede, os membros são capazes de lidar melhor com incidentes transfronteiriços e identificar a melhor forma de coordenar as suas ações quando ocorrem incidentes específicos”, assinala a agência europeia.

No que toca aos recentes ataques informáticos em Portugal, “os ciberincidentes estão atualmente a ser investigados”, refere a ENISA.

Criada em 2004, a ENISA é um centro especializado que promove a cibersegurança na Europa, tendo como missão recolher informações sobre ataques, incidentes e ameaças cibernéticas.

Dados desta agência europeia enviados à Lusa revelam que os incidentes cibernéticos com impacto significativo em setores críticos – como media – aumentaram em 72% nos últimos anos.

“O último panorama de ameaças da ENISA revela que esta é uma tendência geral entre setores, incluindo um aumento substancial de resgates”, assume a agência europeia.

Ainda assim, o organismo europeu ressalva que “os incidentes são tratados diretamente pelas autoridades nacionais relevantes”.

No que toca às telecomunicações, “a ENISA trabalha em estreita colaboração com as autoridades nacionais para a segurança” deste setor e, juntamente com os Estados-membros, a agência “desenvolveu um quadro para a segurança”.

Sediada na Grécia, esta agência europeia aconselha os governos dos países da UE e as instituições europeias em matéria de segurança das redes e da informação, trabalhando ainda com redes de especialistas do setor.

A posição surge dias depois de a operadora Vodafone ter informado que foi alvo de um ciberataque, embora sem indícios de acesso aos dados de clientes, estando ainda repor a normalidade dos serviços.

O ataque informático à Vodafone Portugal afetou os ATM da rede Multibanco e serviços essenciais que dependem desta rede, como o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e alguns bombeiros.

Além do ciberataque à Vodafone Portugal, foram também recentemente alvos de ataque informáticos os ‘sites’ do grupo de comunicação social Cofina (Record, Correio da Manhã, CMTV, Sábado e Jornal de Negócios) e do grupo Impresa (que detém a SIC e o Expresso), bem como a página da internet da Assembleia da República.

A Polícia Judiciária está a investigar estes ataques.

Já hoje, os Laboratórios do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa foram alvo de um ataque informático, mas estão a trabalhar normalmente.

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