O Ministério explica, em comunicado, que o IGAI vai abrir um processo administrativo que lhe permitirá “acompanhar o evoluir do inquérito da PSP e avocá-lo, caso entenda justificado”.

O inquérito em causa foi aberto na sequência de uma queixa-crime de um cidadão ucraniano de 48 anos contra vários agentes da esquadra da PSP de Póvoa de Varzim por agressão, perseguição e racismo.

De acordo Jornal de Notícias, que noticiou hoje o caso, a queixa incide sobre dois agentes que detiveram Valery Polosenko na madrugada de 6 de dezembro, por condução com uma taxa ilegal de álcool e os restantes que estavam na esquadra e a quem pediu ajuda.

"Tiraram-lhe a carteira e o telemóvel e impediram-no de ligar ao seu habitual advogado. E os restantes faziam de conta que não ouviam as súplicas do Valery", disse a advogada ao JN.

Em comunicado hoje divulgado, a PSP revelou que a detenção ocorreu à 01:38 após o veículo, que circulava sem as luzes ligadas, ter sido mandado parar. Apercebendo-se na abordagem os agentes do "comportamento" e "odor exalado", o condutor foi então submetido a teste de alcoolemia.

O referido teste, prossegue a nota de imprensa, registou uma taxa de “2,56g/l, o que constitui a prática de crime, nos termos do Código de Estrada”, tendo ainda apurado a PSP que o cidadão fora “anteriormente detido pelos mesmos motivos”.

Após lhe ter sido dada ordem de detenção pelo crime de condução sob o efeito de álcool, pois apresentava uma taxa “superior a 1.20g/l”, o condutor “tentou sair da instalação policial e reagiu de forma agressiva contra os polícias, quando foi impedido de o fazer”, acrescenta a PSP, detalhando que procedeu “à sua restrição e algemagem”.

Cerca das 03:45, depois de “notificado para comparecer em tribunal e demais procedimentos que decorrem da detenção”, o homem “saiu livremente da instalação policial, tendo prescindido de contacto com os familiares e defensor, bem como de observação médica”, continua o comunicado.

No dia 7 de dezembro, pelas 12:55, numa esquadra do Comando Metropolitano do Porto, o homem apresentou “uma denúncia contra os polícias que o detiveram no dia anterior, por alegado uso excessivo de força”, revela a PSP.

Dessa denúncia, prossegue a Polícia, “foi elaborado o respetivo auto que, como decorre da lei, foi remetido à autoridade judiciária competente” e “instaurado um inquérito, pelo Comando Metropolitano do Porto, para apuramento dos factos e dos contornos da ocorrência registada”, pode ler-se ainda.